Cetesb vai examinar areia das praias

Jornal Agora - Segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007.

seg, 05/02/2007 - 15h19 | Do Portal do Governo

Do Agora

Após finalizar estudo sobre 18 praias que correm risco de desaparecer nos próximos anos, o secretário estadual do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, afirmou ontem ao Agora que analisará a qualidade da areia das principais praias do litoral paulista.

De acordo com Graziano Neto, as moradias irregulares em áreas de encosta e os quiosques à beira-mar poluem a areia das praias com gordura, raticida e restos de comida.

Chuvas e enxurradas levam a poluição das ocupações em morros para a areia das praias.

“Não só as praias estão diminuindo como a areia está sendo poluída”, afirmou o secretário. “Pedi à Cetesb [Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental] que faça a coleta de areia nas principais praias do Estado. Vamos verificar, inclusive, a presença de fezes e urina de cachorro. Atualmente, está sendo definido o modelo de análise, ou seja, que reagentes serão usados e os padrões do estudo.”

Praias em extinção

O estudo feito pelo Instituto Geológico de São Paulo -órgão ligado à Secretaria do Meio Ambiente- concluiu que 18 praias podem desaparecer por conta do aquecimento global, da ocupação desordenada da costa e a retirada de areia para uso em pavimentação e aterros sanitários.

“É o fracasso do modelo ideológico de que o homem pode tudo. Isso [o estudo] é uma amostra dos limites”, declarou Graziano Neto.

Como possíveis soluções, deve ser alterado o traçado de avenidas e estradas, desocupar imóveis irregulares e devolver a areia às praias.

A praia de Caraguatatuba (173 km de SP), no litoral norte, por exemplo, perde três metros de areia por ano.

O secretário disse ainda que não vai mais autorizar desmatamentos, “principalmente na Mata Atlântica”, onde ficam parte das moradias irregulares no litoral. No entanto, Graziano Neto afirma que as ações mais diretas têm de partir dos municípios. “É um problema urbanístico, que depende de leis municipais.” Segundo ele, a questão também depende das câmaras municipais.