Cetesb poderá ser um centro de referência

A Tribuna - Quarta-Feira, 15 de Junho de 2005

qua, 15/06/2005 - 9h59 | Do Portal do Governo

Da Reportagem

A Cetesb pode se transformar, dentro de alguns anos, em um centro de referência de uma rede panamericana de proteção do solo. A informação foi dada ontem pelo presidente do órgão, Rubens Lara, que no início do mês esteve na Alemanha para viabilizar termos de cooperação técnica com o órgão de proteção ambiental daquele País.
Lara esteve na manhã de ontem na Redação de A Tribuna, onde foi recepcionado pelo editor-chefe Marcio Calves.
Ele revelou que o presidente da Agência Ambiental Federal da Alemanha (UBA), Andreas Troge, acenou com a possibilidade de parcerias, entre elas, a criação de uma rede de informações sobre remediação e revitalização de áreas contaminadas. Seria nos moldes do portal europeu para a gestão de solos e águas de áreas contaminadas (Eugris).

Outro convênio sugerido refere-se a uma cooperação técnica no campo da proteção à saúde, incluindo o tratamento de efluentes domésticos, com a aplicação de novas tecnologias que vêm sendo utilizadas nos países europeus.

‘‘A Cetesb já foi procurada por representantes do Chile e do México, ambos interessados em implantar uma rede panamericana de informações sobre áreas contaminadas’’, assinalou Lara.

No Estado de São Paulo, a Cetesb identificou 1.336 áreas contaminadas, sendo 116 no Litoral, 489 na Capital, 243 na Região Metropolitana de São Paulo, 416 no Interior e 72 no Vale do Paraíba.

Na Alemanha, Lara e uma comitiva formada pelo diretor de controle da Cetesb, Otávio Okano, e pelos assessores Antonio Vicente Novaes Júnior, José Carlos de Moura Xavier e Elton Gloeden, conheceram as ações que vêm sendo desenvolvidas nas cidades de Colônia, Bremen e Hamburgo.

‘‘O saldo positivo desta visita foi a constatação de que o gerenciamento executado na Alemanha nas áreas contaminadas, bem como a implantação de centrais de tratamento de resíduos, resultou em um progresso científico e na criação de legislações ambientais adequadas para o equacionamento do problema’’, complementou Lara.

Além disso, os avanços proporcionaram uma nova organização urbana, geração de empregos e desenvolvimento econômico, com a criação de um novo ramo de atividades, representado pela indústria ambiental.

‘‘Prova disso é que o licenciamento ambiental cresceu 10% nos últimos quatro anos em São Paulo. Em 2004, a Cetesb emitiu 16.782 licenças, enquanto que em 2000 o número foi de 15.316’’, disse o presidente da estatal.
Na Baixada Santista, o Pólo Petroquímico de Cubatão requereu 366 licenciamentos para ampliações, o que indica a modernização ou renovação do parque industrial, incluindo os equipamentos de controle da poluição exigidos pelo órgão ambiental.

Os técnicos da Cetesb também visitaram a França, para viabilizar um termo de cooperação técnica nas áreas de gerenciamento de resíduos e áreas contaminadas. A possibilidade foi discutida com representantes da Agência Ambiental e Matriz Energética Francesa (Ademe).

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Estatal investe para monitorar qualidade do ar

Da Reportagem

O Governo do Estado anunciou a aquisição de 180 veículos para a Cetesb, que passou a ter 59,7% de sua frota estadual renovada. Além disso, foram compradas 14 novas estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar, cujo investimento foi da ordem de R$ 7 milhões.

Os veículos serão distribuídos entre as 35 agências da Cetesb espalhadas pelo Estado, além da sede princpial, localizada na Capital. Também foram adquiridos dois veículos para o setor de emergências.

O presidente da Cetesb, Rubens Lara, informou que, das 14 novas estações de monitoramento da qualidade do ar, quatro serão para a Capital e 10 para municípios do Interior (Americana, Araraquara, Araçatuba, Bauru, Jundiaí, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto).

No total, a Cetesb mantém 40 estações em funcionamento, sendo três delas em Cubatão, monitorando o Pólo Petroquímico, além de uma estação móvel no Porto de Santos.

A Cetesb também está preparando a construção de um laboratório de Dioxinas e Furanos, que será a primeira unidade do gênero em um órgão público no País. E também deve iniciar, em breve, a construção do laboratório de análises de ruídos e emissões veículares em Praia Grande.