Cetesb avalia condições dos emissários da região

A Tribuna - Santos - 24/7/2003

qui, 24/07/2003 - 10h26 | Do Portal do Governo

Marcel Cordella


A Tribuna – Santos – 24/7/2003

A eficiência de todos os emissários submarinos do Litoral paulista para a dispersão dos esgotos está sendo avaliada pela Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb). De acordo com o presidente do órgão, Rubens Lara, o objetivo do estudo é fazer o licenciamento ambiental dos equipamentos e, caso o relatório final aponte a necessidade de alguma melhoria, solicitar que a Sabesp promova o aperfeiçoamento.

Na Baixada Santista fazem parte da pesquisa os emissários submarinos de Santos, com quatro quilômetros de extensão; Guarujá (Enseada), com 4,5 quilômetros; e os dois de Praia Grande (Canto do Forte e Vila Tupi), com três quilômetros cada um.

O emissário de Santos, no José Menino, foi inaugurado em 1978 e, na ocasião, recebeu a autorização ambiental para funcionamento. ‘‘Ele foi idealizado para uma cidade em condições diferentes das de hoje, com menor população e carga poluidora inferior à atual’’, diz Lara.

A avaliação do funcionamento dos emissários é regular desde 2002 e a Cetesb acompanha a qualidade das águas onde o esgoto é lançado e a sua dispersão no mar.

O estudo também inclui uma análise do funcionamento dos difusores de esgotos e o efeito que as marés têm sobre a diluição do material, além de traçar o nível de influência deste composto no comprometimento da balneabilidade das praias. ‘‘Queremos conhecer bem o sistema para poder trabalhar melhor’’, explica Lara.

O gerente da Divisão de Qualidade das Águas da Cetesb, José Eduardo Bevilacqua, ressaltou que, de acordo com o panorama apresentado pela própria Sabesp e com base nos resultados das primeiras medições da Cetesb, o emissário de Santos, que também recebe esgoto de São Vicente, terá de sofrer algumas adaptações.

‘‘Ele deverá ser aperfeiçoado no pré-condicionamento (Estação de Pré-condicionamento do José Menino — EPC, atrás do Orquidário) e na dispersão do esgoto’’, adianta, apesar de reconhecer que o sistema tem hoje um papel ambiental importante. ‘‘A carga não retorna para a praia em larga escala’’.

De acordo com a Sabesp, os quatro emissários da Baixada Santista funcionam adequadamente, atendendo 98% da população santista, 58% de Guarujá e 46% de Praia Grande.

Até o final do ano, a Cetesb vai promover um seminário para conhecer os padrões internacionais sobre emissários submarinos.

Baía

De acordo com Bevilacqua, as características geográficas também prejudicam a dispersão dos poluentes do emissário. Como Santos está localizada em uma baía, a troca de água com as correntes e marés é reduzida, concentrando o material por mais tempo perto da costa e prejudicando a degradação do esgoto no mar.

‘‘Situação diferente da encontrada em Praia Grande, por exemplo, onde os emissários despejam o esgoto em mar aberto e as marés e correntes eliminam o material com mais eficiência’’.

Investimentos

A Sabesp está viabilizando o Programa de Recuperação Ambiental da Baixada Santista, que prevê investimentos de R$ 1 bilhão e objetiva atender 90% da população da região com esgoto coletado em cinco anos.

O projeto será financiado pelo Japan Bank for International Cooperation (JBIC) e inclui a ampliação da EPC do José Menino e um novo emissário em Praia Grande para atender a área do município que ainda não conta com o equipamento, entre o Jardim Solemar e a Vila Caiçara.

Também estão programadas mais sete estações de tratamento de esgotos de grande porte, implantação de cerca de 1,1 mil quilômetros de redes coletoras e mais 125 mil ligações domiciliares.