Cetesb amplia rigor para analisar praias

Folha de S. Paulo - Domingo, 30 de novembro de 2003

seg, 01/12/2003 - 9h26 | Do Portal do Governo

Agência ambiental passou a usar bactéria mais resistente para avaliar qualidade de balneabilidade no litoral paulista

Fausto Siqueira, da Agência Folha, em Santos

Um critério técnico mais rigoroso vai nortear a avaliação da qualidade da água das praias paulistas a partir da temporada de verão deste ano. Desde o boletim do último dia 12, a Cetesb (agência ambiental paulista) deixou de usar como indicador de balneabilidade a bactéria Escherichia coli e adotou os enterococos, mais resistentes no ambiente marinho.

As duas bactérias são de origem fecal, presente nos esgotos, principal fator de poluição das praias.
Com um indicador de caráter mais restritivo, é de se esperar uma quantidade maior de praias com classificação ‘imprópria’.

No boletim do último dia 12, quase a metade dos 148 pontos de coleta de amostras em 128 praias paulistas estavam impróprios para banho. Mas, nesse caso, a Cetesb atribuiu o problema a dois períodos de chuvas fortes -que carregam o esgoto para o mar- na segunda quinzena de outubro. No boletim da última quinta-feira, entre os 148 pontos analisados, havia 30 (20,3%) impróprios.

‘O enterococos é o melhor indicador porque sobrevive mais nessa condição. Os coliformes e a Escherichia coli morrem mais rapidamente. Nas águas com mais enterococos, os banhistas ficam mais doentes’, afirmou a gerente do Setor de Águas Litorâneas da Cetesb, Claudia Lamparelli.

Segundo ela, os enterococos indicam a presença de outras bactérias ou vírus capazes de provocar gastroenterites, cujos sintomas principais são febre e vômito.

A mudança de critério exigiu uma adaptação dos laboratórios da Cetesb à nova situação. Houve necessidade de aquisição de novos aparelhos, de mudança de procedimentos técnicos e do material usado nos testes.