Centro de SP já tem plano de soltura

O Estado de S. Paulo - Sexta-feira, 25 de junho de 2004

sex, 25/06/2004 - 12h11 | Do Portal do Governo

Cemas abriga 75 espécies e tem a missão de restabelecer populações naturais ameaçadas

O Centro de Estudos e Manejo de Animais Silvestres (Cemas), da Fundação Florestal, do Estado de São Paulo, já tem suas próprias normas, que poderão ser aproveitadas pelo Ibama. Segundo o seu coordenador, Paulo Martuscelli, o Cemas tem como missão estabelecer populações naturais de espécies ameaçadas de extinção.

Com sede no Horto Florestal de São Paulo, o Cemas abriga atualmente 800 animais, de 75 espécies. Depois que eles chegam, por meio de apreensões do tráfico ou de devoluções de zoológicos, os bichos passam por exames fisiológicos e genéticos. Também passam por um processo de ressocialização, até a reintrodução na natureza. Todo o processo leva de um a dois anos.

“Como o Cemas começou no ano passado, ainda não tivemos tempo suficiente para reintroduzir nenhum animal”, diz Martuscelli. A instituição trabalha com 26 espécies de macacos e aves que deverão ter uma chance de voltar ao seu hábitat em breve.

“No caso de alguns papagaios-de-cara-roxa, aos poucos aumentamos sua capacidade de vôo, com gaiolas cada vez maiores”, diz a veterinária Renata Vieira. Enquanto isso, eles vão se socializando, formando casais e se preparando para a soltura.

Mas o processo não tem etapas com períodos tão definidos. “Aqui há um único macaco-monocarvoeiro”, diz Renata. “Chegou em fevereiro e está saudável, mas não podemos soltá-lo só.” A idéia é esperar por uma fêmea, para que ele se reproduza e, então, tenha uma chance de ser solto. (Evanildo da Silveira e Maurício Kanno)