Centro de Operações da PM passa a ter sistema digital

A Tribuna - Santos - Terça-feira, 30 de novembro de 2004

ter, 30/11/2004 - 8h49 | Do Portal do Governo

Copom será digitalizado nas nove cidades da Baixada Santista

Da Reportagem

Até o final do primeiro semestre de 2005, todas as nove cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista passarão a contar com o sistema digital do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom). Na manhã de ontem, foram inauguradas as novas instalações da unidade, que funciona no interior do quartel do 6º Comando do Policiamento do Interior (CPI-6), na Ponta da Praia.

A digitalização dos serviços foi possível por meio de uma licitação, vencida pela empresa Motorola, que fornecerá sistemas digitais de rádiocomunicação. Além da Baixada Santista, as regiões de São José dos Campos e Campinas serão contempladas.

Para implantar este novo sistema na Baixada Santista, o investimento foi de R$ 6 milhões, disponibilizados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, pelo Governo do Estado e pelo Fundo Metropolitano da Baixada Santista.

Além dos rádios, a central conta com 30 terminais de computador, dos quais, 12 já estão sendo utilizados em regime 24 horas por uma equipe de 73 policiais, entre efetivos e temporários, que foi treinada especialmente para operar os equipamentos.

Inicialmente, o sistema irá atender Santos e São Vicente, com um total de 210 rádios. O comandante do CPI-6, coronel Renato Penteado Perrenoud, explicou que as demais cidades também terão o mesmo tipo de serviço. ‘‘Na parte tecnológica já está tudo preparado. O que resta é apenas o cadastramento das vias, que precisa ser feito de forma precisa, para evitar problemas de identificação’’.

Na prática, o sistema centralizará as chamadas pelo telefone 190 em toda a Baixada Santista. Dessa forma, o morador de Bertioga, por exemplo, terá sua chamada atendida e repassada diretamente para uma viatura do Município.

Outro diferencial é a segurança, que segue o padrão adotado por oficiais da Segurança Pública Norte Americana após os atentados às torre gêmeas do World Trade Center (WTC), em Nova Iorque. Os rádios trabalham com um sistema de comunicação criptografado, que não permite interferências de outros aparelhos. Se um dos rádios for furtado, poderá ser desativado imediatamente.

‘‘Outro ganho para a região é o aumento de capacidade de recebimento de chamadas, que torna o atendimento muito mais ágil, diminuindo o tempo de espera durante a ligação’’, assinalou Perrenoud.

A Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), órgão que gerencia o Fundo Metropolitano, deve assinar um termo de cooperação técnica com a PM, para disponibilizar os dados cartográficos da região.

O presidente do Fundo Metropolitano, Rivaldo Otero, explicou que o objetivo é auxiliar a PM no trabalho de identificação das vias. ‘‘Devemos celebrar o convênio nos próximos dias’’.

Atualmente, o sistema registra um movimento mensal estimado de 90 mil ligações (na temporada o número aumenta 20%), o equivalente a 3 mil ligações diárias. Uma parcela dessas chamadas é distribuída em orientações para o público e trotes.

O coronel PM Perrenoud alerta que a PM possui um sistema de identificação de chamadas, que permite localizar o aparelho telefônico utilizado para passar o trote. ‘‘O responsável pode vir a ser acionado judicialmente, conforme o caso apurado’’.

PM também receberá armas durante campanha

A partir de dezembro, a PM da Baixada Santista começa a recolher armas para a campanha nacional de desarmamento. Segundo o comandante do CPI-6, coronel Renato Penteado Perrenoud, estão sendo acertados os últimos detalhes técnicos com a Polícia Federal da região, para concluir o esquema de coleta do armamento.

Até o dia 24 de novembro, os postos da Polícia Federal do Estado haviam recolhido 52.409 armas. Este número é maior do que o total de unidades apreendidas em São Paulo, no período de 2000 e 2004 (49.322).

Na Baixada Santista, a Polícia Federal recebeu mais de 3 mil armas desde o início da campanha, segundo fontes da sede da corporação, em Santos.

Pela proposta, os batalhões e companhias da PM na região irão servir como ponto de recebimento das armas.

A PM apreende uma média de três por dia, ou seja, 90 em um mês, em ocorrências policiais. O coronel PM Perrenoud considera alto este índice para a região. E aposta no êxito da campanha. ‘‘O que se pretende é evitar que os marginais furtem e roubem estas armas, além de tirar de circulação o armamento mantido em condição irregular’’.

Dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública mostram que a campanha do desarmamento provocou queda de 5% no número de homicídios desde a aprovação do Estatuto do Desarmamento, em dezembro de 2003. Em Maringá, no Paraná, um outro estudo apontou uma redução ainda maior, em torno de 30%.

Além de promover a campanha para a entrega de armas, o estatuto proibiu o porte, transformando-o em crime inafiançável.