A transferência dos 247 presos de Araraquara que estão no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto e serão trazidos ao Centro local, inaugurado ontem, está marcada para a próxima segunda-feira, segundo o secretário da Administração Penitenciária (SAP), Nagashi Furukawa. Durante a cerimônia de inauguração, ontem, o secretário e o governador em exercício, Cláudio Lembo, enfatizaram a importância do conceito de CDP eletrônico, que deve ser estudado para ser ampliado.
Furukawa voltou a afirmar que a unidade vem suprir a demanda da população carcerária da cidade, que dependia das vagas do CDP de Ribeirão. O coordenador das Unidades Prisionais da Região Noroeste do Estado de São Paulo, Antônio Paulo Veronezi, afirma que a unidade vizinha tem 1.080 presos, sendo 247 de Araraquara. “Recebemos cerca de 18 a 20 homens por semana e a lotação em Ribeirão depois das transferências será controlada”, diz.
Além da inovação dos sistemas eletrônicos – que conta com 32 câmeras -, Furukawa frisou que, pelo lado da contratação de profissionais, o modelo já é um sucesso, pois um CDP normal exige aproximadamente 200 funcionários e o Centro local contará com pouco mais de 20 servidores. “Seria melhor inaugurar um hospital ou casas populares, mas a cidade precisava dessa unidade prisional”, diz Furukawa.
Com o mesmo discurso, o governador em exercício falou sobre a importância da unidade que ainda passará por testes, mas cujo projeto deve ser ampliado. “Esse estabelecimento é pioneiro no Brasil e foi construído com verba estadual. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não pôde estar presente na inauguração, mas certamente virá visitar o anexo.”
O prédio, que já tem cerca de 50,20% das suas vagas comprometidas, recebeu um investimento de R$ 5,8 milhões. O novo prédio terá 496 vagas e 62 celas para oito presos em cada. Cada cela custa cerca de R$ 23 mil. É o primeiro do Estado a adotar o modelo eletrônico, em que as portas só são abertas através de uma ordem enviada por computador.
Ainda ontem, seis presos foram colocados nas celas para teste. Eles reclamaram do calor e do tamanho das celas. Os detentos também “desfilaram” com o novo uniforme dos presidiários, que muda da cor cáqui para amarelo em todo o Estado. A troca será gradativa e cada preso receberá dois conjuntos (calça, camiseta e bermuda). Espera-se que sejam confeccionados 143 mil uniformes mensais pelos presos de outras unidades e de Araraquara.
