CDHU entrega em janeiro casas com estruturas em aço

O Estado de S. Paulo - 26/12/2002

qui, 26/12/2002 - 10h38 | Do Portal do Governo

Pelos cálculos da empresa, economia na construção é de 17% em relação a sistema tradicional

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU) vai chamar em janeiro uma nova leva de inscritos e sorteados para a aquisição de habitações populares em regime de mutirão. São 3.612 novas moradias, apartamentos, localizados na Zona Leste da capital paulista, mais exatamente no bairro de Arthur Alvim. A grande novidade do empreendimento é a forma de construção. Pela primeira vez, a CDHU está utilizando um sistema de construção estruturado em aço, desenvolvido pela Usiminas, o que lhe permite trabalhar sobre uma base de elementos pré-moldados, constituindo um fluxo de operação que proporciona um ganho de tempo na construção de moradias. Pelos cálculos da CDHU, essa rapidez garante uma economia de até 17% em comparação com os sistemas tradicionais de edificação. Os prédios, de cinco e sete andares, estão sendo montados por empreiteiras. Cada moradia vai custar, para a CDHU, R$ 17 mil e para o mutuário de mais baixa renda, prestações mensais subsidiadas de R$ 27, em 25 anos de prazo.

Para referir-se à obra, a CDHU utiliza a denominação de ‘estruturas pré-fabricadas em aço’. Cada pavimento dos edifícios de cinco andares tem 40 apartamentos com área útil de 46 metros quadrados, com sala, cozinha, dois dormitórios, banheiro e área de serviço. Os edifícios de sete pavimentos têm 28 apartamentos de 48 metros quadrados cada. Segundo a empresa, o sistema oferece vantagens como menor prazo de execução: leva em torno de três meses, a metade do prazo do sistema tradicional.

Os participantes do mutirão entram no canteiro para trabalhar nas unidades já com todo o fechamento externo executado, o que oferece maior segurança e também organização.

Segundo o diretor de Obras da CDHU, Edward Zeppo, uma das maiores vantagens é que ‘o processo de construção é muito mais rápido’. Mas o principal resultado é no custo final da obra, pois a rapidez gera economia. Além disso, há o efeito social, pois com o enorme déficit habitacional, o atendimento aos inscritos para novas moradias poderá ser feito com maior agilidade.

Os inscritos que recebem até um salário mínimo por mês, diz Zeppo, pagarão uma mensalidade de R$ 27, durante 25 anos. Por esse cálculo, o preço final da moradia chegaria a R$ 6 mil. Como para a CDHU o custo final fica em torno de R$ 17 mil, ou seja, há uma parcela de cerca de R$ 11 mil subsidiada por moradia. Os inscritos que recebem mais de um salário mínimo pagarão proporcionalmente a sua renda.

A Construtora Múltipla foi uma das empresas contratadas para executar a obra. Luís Heche, sócio e diretor da Múltipla, acha que, do ponto de vista do negócio, o processo de construção com estruturas pré-fabricadas em aço é ‘altamente competitivo e mais barato’.

Segundo Heche, em quatro meses já estão assentados os caixilhos e a alvenaria de todo o conjunto está pronta. ‘Se fosse no método tradicional, nesse mesmo período a obra ainda estaria na primeira laje’, diz. Heche aposta no futuro desse processo, por ele permitir projetos alternativos. As empreiteiras recebem cerca de R$ 9 mil por moradia entregue nessa etapa do projeto.

A Múltipla é especializada em habitações populares. Fatura cerca de R$ 24 milhões e emprega entre 500 a 600 pessoas.

(J.A.R.)