CDHU entrega 200 imóveis em setembro

A Tribuna - Quinta-Feira, 25 de Agosto de 2005

qui, 25/08/2005 - 11h54 | Do Portal do Governo

Da Sucursal

As 115 famílias que moram em barracos instalados há 15 anos no Bolsão 7 podem mudar-se, no final de setembro, para os 200 primeiros apartamentos do Conjunto Habitacional João Paulo II. Os imóveis foram construídos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado (CDHU).

Embora os prédios estejam em fase de acabamento, com previsão de entrega dentro de um mês, pelo menos 50 dessas famílias já anunciaram que pretendem resistir e permanecer nos barracos. Elas não querem apartamentos, exigem a construção de casas.

Os 200 apartamentos constituem a primeira etapa da construção do conjunto residencial, que ganhou o nome do falecido Papa por iniciativa do vereador Donizete Tavares Nascimento (PL). Outros 420 apartamentos previstos no projeto deverão estar prontos no primeiro bimestre de 2006, segundo o gerente regional da CDHU, José Marcelo Ferreira Marques.

Ele ressalva que o cumprimento do prazo da segunda etapa só ocorrerá se forem solucionadas as pendências com antigos posseiros da região que relutam em se mudar para o conjunto habitacional. Entre eles estão cerca de 50 famílias que não querem morar em apartamentos, mesmo pagando prestações condizentes com a renda familiar.

Elas reivindicam a entrega de casas, argumentando – segundo Suely Marena, presidente da Sociedade de Melhoramentos do Bolsão 7 – que essa foi a promessa feita documentalmente aos ocupantes da área, na administração do ex-prefeito Nei Serra.

Há, ainda, cerca de 20 novas famílias formadas pelo casamento de filhos desses ocupantes, após o cadastramento geral realizado em 2000, e que reivindicam moradias. Também estão em barracos construídos nos terrenos que a CDHU necessita ocupar para construir novos blocos de apartamentos.

Para acelerar as obras do conjunto habitacional, a CDHU transferiu para a Prefeitura R$ 926.776,00 que devem ser aplicados nas obras de infra-estrutura, como pavimentação de vias públicas, calçadas e parques.
Não querem sair

Para tentar solucionar as pendências com as famílias que relutam em se mudar para os apartamentos, Ferreira se reuniu recentemente com o prefeito Clermont Castor e a deputada federal Telma de Souza (PT). Ela está sendo intermediária nos entendimentos com os moradores, representados no encontro por uma comissão.

A possibilidade de construção de casas para 50 famílias que não aceitam apartamentos foi descartada, pois a legislação municipal proíbe tais tipos de imóveis em projetos habitacionais de interesse popular. E, mesmo que não houvesse o impedimento legal, segundo os técnicos da Prefeitura não há áreas suficientes na Cidade para estes empreendimentos.

Os casos das famílias excedentes estão sendo analisados individualmente pela Secretaria de Assistência Social da Prefeitura. Uma das soluções apresentadas é incluí-las como mutuárias no novo projeto habitacional da CDHU, no Bolsão 9, também no Jardim Casqueiro. Os antigos moradores do Bolsão 7 ainda reclamam que terão que arcar com custos de mudança e transferência das linhas telefônicas.

E defendem o direito de ter prestações menores na compra dos apartamentos, já que não receberão indenizações pela demolição das moradias que ocupam atualmente, segundo Suely Marena. O conjunto habitacional do Bolsão 7, que está sendo construído pela CDHU em área cedida pela Prefeitura, destina-se a 620 famílias da baixa renda.

Deste total, 115 são posseiros que residem naquela região há pelo menos 15 anos. Os demais foram sorteados. Dos 200 apartamentos concluídos na primeira fase das obras, 115 serão destinados aos posseiros e os outros 85 às pessoas sorteadas entre os munícipes.