Casa de Detenção será implodida domingo

O Estado de S. Paulo - 4/12/2002

qua, 04/12/2002 - 9h54 | Do Portal do Governo

Mais de 300 quilos de explosivos colocarão a baixo os pavilhões do massacre e das fugas

Está decidido. No domingo, os Pavilhões 6, 8 e 9 da Casa de Detenção, que nos últimos 46 anos registraram rebeliões, assassinatos, fugas, tentativas de evasão e o massacre de 111 detentos, serão implodidos. Os mais de 300 quilos de explosivos necessários para pôr os prédios abaixo estão sendo colocados nos andares desde o começo da semana pela empresa contratada para realizar o serviço.

Amanhã, ocorrerá a última visita de autoridades e jornalistas. Já na sexta-feira, o secretário Nagashi Furukawa, da Administração Penitenciária, vai explicar os detalhes da implosão, marcada para às 11 horas.

O espaço ocupado pelos três pavilhões, que fica numa área de 55 mil metros quadrados, no Complexo do Carandiru, zona norte, será transformado no Parque da Juventude. As obras vão começar assim que o entulho for removido. Os outros quatro pavilhões serão recuperados para a realização de atividades como cursos de informática, línguas, ensino técnico e oficinas culturais.

Será também instalada uma Faculdade de Tecnologia (Fatec) e o ‘parque contemplativo’, que corresponde à área verde do Parque da Juventude.

A implosão marca o fim definitivo da Casa de Detenção, desativada no dia 15 de setembro, quando os últimos 74 detentos foram transferidos para penitenciárias do interior. Cinco dias depois, o presídio, que chegou a ter 8 mil condenados, foi aberto para visitação pública. As últimas 7 mil pessoas passaram pelos portões no dia 15 de novembro, aumentando para 100 mil o número de visitantes em menos de três meses.

O presídio foi construído em 1956 pelo então governador Jânio Quadros.

Deveria recolher presos processados e à espera de decisão judicial. Mas a falta de presídios fez a unidade abrigar criminosos com condenações de até 200 anos.

Renato Lombardi