Cartão metrô-carro será lançado este ano

O Estado de S.Paulo - Segunda-feira, 28 de fevereiro de 2008

seg, 25/02/2008 - 15h23 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo
O Metrô vai lançar, ainda este ano, um bilhete de integração metrô-carro. O chamado Metrô Fácil Estacionamento será um cartão magnético recarregável, com o qual o motorista poderá pagar a estada de seu veículo em um dos 16 estacionamentos que serão criados perto de estações do metrô. Ao pagar o valor do estacionamento com o cartão – que vai liberar a cancela e permitir a entrada no estacionamento -, o usuário já terá direito a duas passagens de metrô, uma de ida e outra de volta, incluídas no preço e válidas para o dia todo.

Para entrar na estação de metrô, bastará encostar o cartão no validador das catracas, tal como se faz hoje com o bilhete único. Assim, o usuário poderá substituir parte do trajeto que faria de carro, para ir e voltar do trabalho, pelo metrô. O valor do novo bilhete ainda não foi definido.

O Metrô Fácil Estacionamento será uma espécie de cartão especial, nos moldes dos bilhetes fidelidade (com 20 viagens, por preço menor) e lazer (válido em fins de semana e feriados), que já estão à venda pelo Metrô e pela CPTM. Segundo a diretora do Metrô, Cristina Bastos, gestora do projeto , a idéia é fazer com que os motoristas possam comprar e recarregar seus cartões direto nas bilheterias das estações do metrô.

O cartão está em fase de negociação avançada entre a Companhia do Metropolitano e a Prefeitura de São Paulo, que atualmente vêm levantando as áreas municipais e estaduais onde ficarão os 16 novos estacionamentos. ‘Um deles, que será o piloto da iniciativa, estará funcionando até o fim deste ano’, garante Cristina. A primeira unidade ficará na zona leste, em região a ser definida, perto da Estação Corinthians-Itaquera da Linha 3-Vermelha.

Uma parte das outras 15 áreas, pelos levantamentos preliminares de demanda, ficará nas regiões das Estações Imigrantes (Linha 2-Verde) e Tucuruvi (Linha 1-Azul). Essas áreas serão totalmente definidas em até um mês. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está ajudando o Metrô nos estudos.
Segundo Cristina, os 16 estacionamentos poderão ser operados pela iniciativa privada, sob esquema de concessão. Obrigatoriamente, pelo projeto, os espaços terão que ter um acabamento permeável que permita a drenagem da água das chuvas, com área verde, para compensar as áreas com concreto e asfalto que serão ocupadas pelos carros. Também não está descartada, em um segundo momento, a criação de mais estacionamentos nas proximidades de estações da CPTM.

TRÁFEGO
Cristina acredita que o projeto ajudará o tráfego na cidade. ‘Será bom para todos, vai tirar carros da rua, diminuir os congestionamentos e a poluição’, diz. ‘A idéia é reter o usuário nas pontas das linhas de Metrô, criando uma solução convidativa de transporte.’

O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, um dos criadores do projeto, diz que em princípio pode parecer ‘incoerência’ atrair mais usuários para o já saturado metrô de São Paulo, que transporta 3 milhões de passageiros por dia.

‘Claro que não podemos fazer a cobrança do estacionamento e jogar a pessoa para dentro do sistema superlotado’, diz Portella.
Segundo ele, para que a demanda seja atendida a contento, a companhia vem investindo na compra de trens e de um sistema de controle das composições via rádio, que vai possibilitar a redução dos intervalos entre os trens para 80 segundos – hoje, nos horários de pico, o metrô consegue 101 segundos.

Os primeiros trens vão chegar em setembro de 2009. Foram encomendados 16 para a Linha 2-Verde; 10 para a Linha 3-Vermelha e 7 para a Linha 1-Azul. Segundo Portella, a extensão da Linha 2 até a Vila Prudente e a inauguração da Linha 4-Amarela (Luz – Vila Sônia) também fazem parte desse esforço.