Carne: São Paulo quer suprir demanda adicional

Gazeta Mercantil - Quinta-feira, 8 de janeiro de 2004

qui, 08/01/2004 - 9h38 | Do Portal do Governo

O Estado de São Paulo, principal centro consumidor e exportador de carne bovina do País, está pronto para atender à demanda adicional dos países importadores que deixaram de comprar o produto dos Estado Unidos. Essa procura pode ocorrer porque recentemente surgiu no rebanho norte-americano um caso de encefalopatia espongiforme bovina (BSE), conhecida mundialmente como ‘doença da vaca louca’.

‘As indústrias brasileiras, principalmente as paulistas, têm capacidade para atender prontamente qualquer país consumidor de carne que eventualmente necessite preencher o espaço deixado pelos exportadores norte-americanos’, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira.

Para ele, é hora de o Brasil aumentar os investimentos em sanidade e reforçar as exportações do produto, focando as atenções em países consumidores como Japão, Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan, Rússia. No entanto, primeiramente os setores público e privado precisam encontrar soluções que eliminem barreiras sanitárias, relacionadas a países importadores de carne dos EUA, como o Japão e Coréia do Sul, que ainda não firmaram acordos comerciais com os exportadores brasileiros.

São Paulo exerce controle sobre bovinos importados

No Estado de São Paulo, 144 propriedades com animais importados estão cadastradas, com 2.717 cabeças. Destas, 1.638 estão vivas, sendo que 211 foram abatidas e 733 tiveram morte natural anteriormente ao rastreamento, e 135 foram sacrificadas, com acompanhamento oficial. Desde 1996 só se permite a importação de gado bovino de países onde não houve a ocorrência de casos autóctones, ou que não sejam considerados de risco para a BSE.

Os animais são rastreados e acompanhados de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 2001.

Pela norma, estes animais, quando terminada sua vida reprodutiva, são passíveis de sacrifício, através de solicitação formal de seus proprietários.

Desses animais são colhidos materiais (tronco encefálico) para exames laboratoriais, como medida de vigilância para a BSE. Após este procedimento, os restos animais são incinerados na propriedade, garantindo que essa carne não seja destinada ao consumo. O proprietário poderá ser indenizado pelo MAPA, após avaliação feita por uma comissão composta por técnicos oficiais e representantes de associações de criadores.