Capital terá 1º Banco do Povo

Jornal da Tarde - Quinta-feira, dia 4 de maio de 2006

qui, 04/05/2006 - 11h13 | Do Portal do Governo

Instituição financeira do Governo do Estado chega à cidade de São Paulo depois de oito anos

REYNALDO GOLLO

reynaldo.gollo@grupoestado.com.br

Oito anos depois de sua criação, o Banco do Povo Paulista terá, finalmente, a sua primeira agência na Cidade de São Paulo, que deve entrar em operação dentro de 30 a 40 dias. Ontem, o governador do Estado, Cláudio Lembo, e o prefeito da Capital, Gilberto Kassab, assinaram autorização para a implementação da unidade na região do Itaim Paulista, Zona Leste – o endereço ainda não está acertado, mas, provavelmente, a agência deverá ser instalada no atual prédio da subprefeitura da região, na Rua Marechal Tito, 3.012, Vila Curuçá.

O Banco do Povo Paulista é um convênio entre os governos do Estado e dos municípios, que abre linhas de crédito populares, emprestando aos interessados de R$ 200 a R$ 5 mil para pessoas físicas e jurídicas, e de R$ 200 a R$ 25 mil para cooperativas e associações. A taxa de juros é de 1% ao mês, para quem quiser incrementar, ampliar ou abrir seu próprio negócio.

A expectativa é que a futura agência no Itaim Paulista deverá beneficiar cerca de 420 mil pessoas direta e indiretamente apenas na Zona Leste.

A instalação de uma unidade na Capital só ocorre agora porque, até a atual administração municipal, José Serra (PSDB)/Kassab (PFL, mesmo partido do atual governador), os governos paulista e paulistano estiveram nas duas administrações anteriores nas mãos de partidos que travam acirradas disputas no cenário político nacional – PSDB, na chefia do Estado, e PP e PT, na da Capital -, e que nunca chegaram a um acordo para tornar o programa viável em São Paulo.

Criado em 1998, o Banco já atua em 359 municípios, o que representa 56% de todo o Estado. Segundo Carmelo Zitto Neto, diretor-executivo do Banco do Povo, a pretensão do governo estadual é montar agências da entidade em todos os 645 municípios de São Paulo até o fim deste ano. “Além dessa agência na Capital, autorizada ontem pelo governador, devemos ter mais outras três unidades na Cidade. Estamos, atualmente, em fase de implementação de outras 37 agências no Interior e, ontem (terça-feira), foram autorizadas mais 127 novas unidades”, disse Zitto Neto. Se cumpridas essas metas, pelo menos 82% das cidades de São Paulo terão o Banco do Povo Paulista nos próximos meses.

Nessa parceria entre governos, o Estado entra com 90% dos fundos para os financiamentos, a supervisão das atividades da unidade e o treinamento dos agentes de crédito – que atendem os interessados, verificam as informações dos mesmos e aprovam ou não os financiamentos. Os agentes podem, inclusive visitar as instalações dos interessados para avaliar a viabilidade do projeto. As prefeituras cobrem os 10% restantes do dinheiro emprestado e contratam e pagam os agentes e demais funcionários necessários, além de arcar com as dependências do banco em sua cidade.

Para se inscrever no Banco do Povo, o interessado tem de ser morador ou ter negócios há pelo menos dois anos no município da agência que procurar, comprovar rendimento inferior a R$ 150 mil nos últimos 12 meses, não ter restrições de crédito no Serasa ou Serviço de Proteção ao Crédito. O Banco do Povo não tem restrições em financiar projetos de comerciantes do mercado informal.

Desde sua criação, o Banco do povo já firmou quase 120 mil contratos, distribuindo cerca de R$ 325 milhões em financiamentos, beneficiando direta e indiretamente quase 600 mil pessoas. Segundo dados da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, ao qual o órgão é subordinado, a inadimplência nos contratos é de apenas 2%.