Capital abrigará novo campus da Unesp

O Estado de S. Paulo - Segunda-feira, 2 de fevereiro de 2004

seg, 02/02/2004 - 9h59 | Do Portal do Governo

Complexo universitário vai ocupar terreno de 24 mil metros quadrados na Barra Funda

BÁRBARA SOUZA

Vinte e seis anos depois de inaugurada, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) espera iniciar este ano a construção do seu primeiro campus na capital. O terreno de 24 mil metros quadrados, na Barra Funda, zona oeste, deverá abrigar os Institutos de Artes (IA), que hoje funciona na Rua Dom Luís Lasagna, no Ipiranga, e o de Física Teórica, com sede na Alameda Lorena, nos Jardins. ambos na zona sul. ‘Mas a idéia é criar um complexo universitário na capital, com vários cursos’, disse o reitor da Unesp, José Carlos Souza Trindade.

Ele ainda não sabe quais cursos serão abertos, mas garante que o campus será uma revolução no ensino público em São Paulo. ‘Não diria que será tão grande quanto a USP (Universidade de São Paulo), porque senão eles ficariam com ciúme’, brincou Trindade. Inaugurada em janeiro de 1976, a Unesp começou suas atividades com 12 unidades no interior do Estado e com a reitoria em Ilha Solteira. Atualmente, está em 23 cidades. A administração passou para a capital em 1994.

A universidade aguarda o depósito de R$ 29,82 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ainda sem previsão de chegada, para iniciar as obras. De acordo com a Assessoria de Imprensa do BNDES, a operação financeira foi aprovada na reunião da diretoria de 2003, em 23 de dezembro. O dinheiro será liberado dentro do Programa de Recuperação e Ampliação dos Meios Físicos das Instituições de Ensino Superior. ‘Esperamos fazer o vestibular para essas novas turmas já em 2005’, disse Trindade.

Memorial – Além da construção do campus num terreno comprado pela Unesp ao lado da Rodoviária da Barra Funda e do Memorial da América Latina, o empréstimo prevê a construção de dois campus em Rio Claro e Franca, no interior. Segundo o assessor de Relações Externas da Unesp, José Afonso Carrijo, a universidade aplicará R$ 5,9 milhões do próprio orçamento nas obras. ‘No total, são R$ 35,72 milhões de investimentos’, disse.

De acordo com Trindade, assim que o dinheiro chegar à conta da universidade, será feita uma nova programação. ‘Teremos de reformular o projeto, porque entramos com o pedido de verba há aproximadamente cinco anos’, disse. A previsão da Unesp é receber o dinheiro até o meio de fevereiro.

Antes da aprovação do empréstimo, a universidade previa incluir a mudança da reitoria para o novo campus. ‘Mas não será possível, pois este é um investimento específico para a parte pedagógica’, afirmou Carrijo.

Atualmente, a reitoria atende num prédio na Alameda Santos, nos Jardins, alugado por R$ 200 mil mensais. A mudança da reitoria, segundo ele, deve ocorrer somente quando a universidade conseguir mais recursos.

Novos cursos – De acordo com o projeto do novo campus, o Instituto de Artes na Barra Funda terá instalações adequadas às suas atividades. Também deve ser ampliada a oferta de cursos de graduação e pós-graduação na área. ‘Poderemos oferecer novas habilitações, já que há espaço para ampliarmos’, acrescentou o reitor da universidade.

O Instituto de Física Teórica também terá novos cursos. ‘Vamos criar cursos de licenciatura em física, química e matemática’, garantiu Trindade. Hoje, são oferecidos somente cursos de pós-graduação.

Depois de pronto, o campus deve realizar um sonho antigo da universidade: servir como referência ao público. Uma das idéias é integrar as atividades do Memorial da América Latina às da universidade. ‘O local é propício para a criação de um centro irradiador de conhecimento e de cultura’, acredita Trindade.