Cantinas de escolas vão ter alimentos naturais

Jornal da Tarde - Terça-feira, 29 de março de 2005

ter, 29/03/2005 - 9h04 | Do Portal do Governo

Por determinação da Secretaria da Educação, escolas estaduais deverão vender comida mais saudável em suas cantinas para estimular bons hábitos alimentares nos alunos

Rita de Cássia Loiola

O cardápio das cantinas das escolas estaduais vai mudar no segundo semestre. Uma portaria publicada pela Secretaria Estadual de Educação quinta-feira prevê que as 1.676 cantinas das escola do Estado vendam alimentos naturais para estimular hábitos alimentares saudáveis nos alunos. As lanchonetes terão 180 dias para se adequar às novas orientações, com pena de multa e sanções administrativas.

A portaria é resultado de uma pesquisa realizada nos dois primeiros meses do ano pela Secretaria da Educação com pais, professores e funcionários das 2.825 escolas do Estado. O estudo mostrou que as cantinas deveriam substituir os refrigerantes por sucos, bebidas lácteas (como achocolatados ou vitaminas de frutas) ou à base de extratos fermentados (soja ou leite) e trocar as frituras por salgados ou doces assados.

A comunidade escolar também pediu que fosse evitada a comercialização de balas, gomas de mascar e salgadinhos industrializados e que os chocolates fossem vendidos em barras com menos de 30 gramas. A pesquisa ainda mostrou que 95% dos pais gostaria que houvesse uma ação educativa conjunta entre a direção da escola, professores e funcionários para informar sobre os perigos do consumo de açúcares, gordura e sal em excesso. Dez por cento das cantinas foram reprovadas pela pesquisa e serão fiscalizadas pela secretaria.

‘Temos muitos problemas de obesidade infantil e, desde 2002 estamos com o foco na alimentação saudável nas escolas’, disse Frederico Rozanski, diretor do Departamento de Suprimento Escolar da Secretaria. ‘A merenda escolar já tem esse foco e, agora, queremos expandi-lo para as cantinas.’

Além de dar uma lista dos alimentos que devem ser vendidos, a portaria também atualiza a legislação das cantinas escolares – que era da década de 80 – e exige que os alimentos sejam especificados na minuta do contrato de licitação das lanchonetes. ‘Nesse momento não estamos proibindo nada, mas tentando conscientizar a comunidade escolar para a alimentação saudável. Vamos investir em palestras informativas e exigir que as cantinas informem o que estão comercializando.’

Em sala de aula, os professores abordarão questões nutricionais, discutindo teor calórico dos alimentos e problemas como obesidade e diabetes infantil.