Campus Zona Leste: Novos cursos terão foco diferente

Folha de S. Paulo - Fovest - Quinta-feira, 3 de junho de 2004

qui, 03/06/2004 - 9h09 | Do Portal do Governo

Ciências da atividade física, por exemplo, oferecerá visão mais científica do esporte

André Nicoletti, da Reportagem Local

Alguns dos dez cursos aprovados para o campus da USP na zona leste -como ciências da atividade física, sistemas de informação e lazer e turismo -podem parecer familiares, mas, segundo a universidade, a semelhança de nomes não significa que serão graduações iguais às já existentes.

O estatuto da USP proíbe que uma mesma cidade tenha dois cursos iguais, o que impediria, por exemplo, ter educação física no campus oeste e no leste.

A preferência pelo nome ciências da atividade física, entretanto, não é uma mera forma de contornar o estatuto, segundo Myriam Krasilchik, que faz parte da comissão de implantação do novo campus. ‘O curso da zona leste será mais voltado para a promoção da saúde do que para a competição. Será uma visão mais científica do esporte’, disse ela.

Também lazer e turismo será diferente da graduação da ECA (Escola de Comunicações e Artes). ‘O curso dará ênfase a aspectos diferentes. Turismo é só uma das formas de lazer’, afirmou.

Segundo Sonia Penin, pró-reitora de graduação, a própria concepção dos cursos será diferente. ‘Os cursos são respostas a mudanças na sociedade. O aumento do número de idosos fez com que houvesse uma demanda por atendimento especializado. O curso de gerontologia preparará o aluno nas mais diversas vertentes para atuar com esse público’, disse.

Outra diferença dos cursos oferecidos no campus da zona leste será o ciclo básico. Dos 40 créditos que o aluno cursará no primeiro ano, apenas 16 serão matérias específicas das graduações. Os outros seis créditos serão de disciplinas comuns, como antropologia, ciência da natureza e psicologia.

Além disso, haverá uma disciplina chamada estudos diversificados, em que cada estudante poderá escolher uma área à qual se dedicar. ‘Queremos respeitar a individualidade. Se a pessoa possui deficiência em uma língua estrangeira ou se tem interesse em arte, ela poderá se aprimorar com o acompanhamento de um tutor’, disse Krasilchik.

Na disciplina de resolução de problemas, os estudantes precisarão pesquisar assuntos complexos do cotidiano para explicá-los e tentar resolvê-los.