O Estado de S.Paulo
O papel feminino na música clássica é o tema da 38ª edição do festival de Inverno de Campos do Jordão, que ocorre na cidade do interior de São Paulo entre os dias 7 e 29 de julho. A programação deste ano privilegia e homenageia nomes históricos, como Bidu Sayão, Chiquinha Gonzaga e Guiomar Novaes, e também compositoras contemporâneas, como Jocy de Oliveira. ‘A mulher tem e teve um papel fundamental na música clássica que precisa ser discutido e apreciado. Por isso, neste ano, o festival homenageia nomes pragmáticos da nossa música clássica e abre espaço de destaque para as mulheres que atuam’, explicou anteontem o diretor artístico do evento, maestro Roberto Minczuk.
Com um investimento de quase R$ 5 milhões, o festival terá, durante os 23 dias, 48 concertos, divididos entre sete espaços. São atividades que vão desde audições intimistas na Capela do Palácio Boa Vista até grandes apresentações ao ar livre, na Praça do Capivari. Um dos destaques da programação, na opinião do próprio diretor artístico, é a vinda da soprano neozelandesa dame Kiri Te Kanawa, que se apresenta às 21 horas do dia 14 de julho no Auditório Claudio Santoro.
Mas a vocação principal do festival é a de dar uma oportunidade singular para jovens músicos. A edição deste ano receberá 150 bolsistas, 50 deles selecionados vários países: Estados Unidos (no New England Conservatory de Boston), Argentina, Chile, Costa Rica, Venezuela. Eles vão poder participar de aulas e master classes ministradas pelos músicos que se apresentam no festival e formam, ainda, a Orquestra Acadêmica. ‘O Festival de Inverno é sobretudo uma escola de música. Passar três semanas em Campos do Jordão nessa época é equivalente a cursar um semestre num conservatório de renome, como o de Moscou ou Paris’, definiu Minczuk.
