Campinas sedia Governo do Estado por 2 dias

Correio Popular - Campinas - 18/9/2003

qui, 18/09/2003 - 9h29 | Do Portal do Governo

Zezé de Lima e Rose Guglielminetti, da Agência Anhangüera


Correio Popular – Campinas – Quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Novos investimentos para os 90 municípios que integram a Região Administrativa de Campinas serão anunciados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a sua estada e de seus secretários por dois dias na cidade. Cada uma das 21 secretarias deve apresentar os seus novos projetos que, no caso da pasta de Justiça e Defesa da Cidadania, para Campinas, além da entrega da Cidade Judiciária até o final do ano, prevê a construção do Centro Integrado de Cidadania (CIC), orçado em R$ 2,8 milhões. A Secretaria de Habitação destinará R$ 4,5 milhões para ajudar a Prefeitura a remover 461 famílias, a maior parte da favela da Rua Moscou, em cumprimento à promessa de acabar com os moradores das áreas de risco iminente. Na área de Segurança Pública, 12 novas viaturas já serão entregues amanhã, mas a cidade ainda reivindica mais policiais civis e militares, conforme pleito decidido ontem, na Câmara de Campinas.

Hoje, a sede do governo do Estado, a partir das 8h30, será o hotel The Royal Palm Plaza, que receberá a 9ª edição do “Fórum São Paulo: Governo Presente”, já levado a Presidente Prudente, São José dos Campos, Registro, Araçatuba, Bauru, Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Preto.

O evento, que acontece em um momento em que o principal adversário do candidato tucano nas próximas eleições – a prefeita Izalene Tiene (PT) – apresenta uma rejeição de 59% dos eleitores, é providencial porque também servirá de palco para um balanço das gestões tucanas para a Região Administrativa de Campinas.

Os governos peessedebistas se sucedem no Estado de São Paulo desde 1995 com a posse do governador Mário Covas, morto em 2000. Apesar das reclamações que se ouviam sobre a indiferença de Covas com Campinas, destacada principalmente pelo ex-prefeito Chico Amaral (na época PPB e hoje PMDB), o líder do governo na Assembléia Legislativa, o deputado de Americana Vanderlei Macris (PSDB), diz que a cidade não tem do que reclamar.

Um balanço apresentado por Macris garante que nos últimos nove anos Campinas recebeu investimentos de R$ 483,6 milhões em obras já realizadas e ainda em andamento. Segundo o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB), entre as quase 600 cidades do Estado, Campinas é a 8ª em investimentos, lugar alavancado em grande parte por obras determinadas pela Secretaria de Transportes, como o Anel Viário Magalhães Teixeira e o prolongamento da Rodovia dos Bandeirantes.

No entanto, as cidades querem mais, principalmente em estradas, como revelaram as prioridades elencadas pelos secretários de Planejamento das 19 cidades que integram a Região Metropolitana de Campinas (RMC) nas demandas para o Plano Plurianual, em finalização pela Secretaria Estadual de Planejamento.

Da parte de Campinas, a população continua a colocar a segurança pública como prioridade de investimento, apesar das anunciadas melhorias pelo secretário Saulo de Castro Abreu Filho ao longo dos dois anos que sucederam a morte do prefeito Antonio da Costa Santos (PT). A violência foi colocada como a maior preocupação da população campineira e ficou em primeiro lugar em uma pesquisa realizada em final de agosto pelo Instituto DataCorp – empresa da Rede Anhangüera de Comunicação (RAC).

Painel sobre tecnologia abre o fórum

O “Fórum São Paulo: Governo Presente” tem início hoje, às 9h e o credenciamento para os interessados em participar deve ser feito entre 7h e 8h30. A abertura será feita pelo Coordenador Geral do Fórum, o secretário da Ciência e Tecnologia, João Carlos de Souza Meirelles. Os dois painéis hoje, ambos no período da manhã, reunirão todos os secretários. A partir das 11h terão início as audiências com os titulares das pastas. A chegada do governador Geraldo Alckmin (PSDB) está marcada para às 14h50.

A sexta-feira será dedicada à entrega de obras e equipamentos pelo governo do Estado, com a participação do governador. O primeiro evento do dia, logo às 8h30, será a visita às obras da Cidade Judiciária de Campinas, localizada na saída para Mogi Mirim. Em seguida, Alckmin vai à Limeira para inaugurar o projeto de ampliação da fábrica Ripasa S/A.

O retorno do governador a Campinas está previsto para às 12h, quando serão entregues, no Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, 40 ônibus de padrão metropolitano e 78 viaturas da ronda escolar para os municípios da Região Administrativa de Campinas, além de 27 novas viaturas destinadas ao policiamento comunitário. Às 14h, será inaugurado o escritório regional da Junta Comercial do Estado de São Paulo, na Rua José Paulino, 1.111, no Centro.

A última etapa da agenda do governador será em Bragança Paulista, com a inauguração da 300ª agência do Banco do Povo Paulista. Além disso, acontecerá a implantação do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) e a entrega de três viaturas para a Ronda Escolar. Alckmin também irá entregar as obras de instalação do Corpo de Bombeiros e vias de acesso do Aeroporto de Bragança Paulista. (ZL e RG/AAN)

Câmara vai cobrar melhoria na segurança

A Comissão de Assuntos de Segurança Pública da Câmara de Vereadores de Campinas entrega hoje ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) uma série de reivindicações que visam aumentar o combate à violência. Em meio a índices crescentes de ocorrências como furtos de veículos e de assaltos a mão armada, conselhos de segurança e organizações não governamentais elaboraram ontem na sede do Poder Legislativo um documento com solicitações para aumentar o efetivo policial na cidade. Para os parlamentares e membros da sociedade civil que participaram do encontro, realizado ontem pelo vereador Romeu Santini (PMDB), o Estado voltou a “relaxar” no combate ao crime na cidade.

Durante a reunião na Câmara, integrantes do Conselho Municipal Integrado de Segurança informaram que o número de policiais na Delegacia Seccional de Campinas caiu de 951 em 1992 para 611 em 2002. E com base em dados divulgados há uma semana pela Secretaria do Estado de Segurança Pública, foram apresentados ainda alguns índices de criminalidade que cresceram em Campinas no primeiro semestre deste ano. Os casos de assaltos a mão armada aumentaram 7,12% comparado aos meses de janeiro a junho de 2002.

Os furtos de veículos também saltou 36,48%; foram 2.108 automóveis levados nos primeiros seis meses de 2002, enquanto em 2003 ocorreram 2.877 furtos entre o início de janeiro e o final de junho. “O Estado não pode relaxar no combate ao crime. Houve uma intervenção benéfica para a sociedade após a morte do prefeito (Antonio da Costa Santos, assassinado no dia 10 de outubro de 2001), mas agora estamos vendo novamente o crime bater às nossas portas”, afirmou Edna Pereira, vice-presidente do Conseg.

Entre as reivindicações que serão levadas ao governador pelo vereador Romeu Santini estão a criação de um novo batalhão da Polícia Militar na região do Campo Grande e o aumento no número de viaturas, delegados, investigadores e escrivães para a Polícia Civil. “Vamos tentar marcar uma audiência com o governador. Se não for possível, vamos pessoalmente levar as prioridades que a população necessita para não voltar a sentir a sensação de insegurança que dominou nossa cidade após a morte no Toninho”, argumentou Santini. (Diego Zanchetta/da Agência Anhangüera)

Convênio prevê construção de 461 casas populares

O reassentamento de 461 famílias – que ocupam áreas de risco nas ruas Moscou e Luiza de Gusmão e no Jardim Dom Bosco – foi anunciado, ontem, pela Companhia de Habitação Popular de Campinas (Cohab) e pela Prefeitura, que deverão assinar convênio, hoje, com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU).

Barjas Negri, secretário estadual da Habitação, vem para Campinas com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e vai assinar o convênio, que prevê um investimento de R$ 5,4 milhões da CDHU para a construção das casas populares. Os recursos do Estado vão ser aplicados em materiais de construção e nos serviços técnicos de engenheiros e projetos. A Cohab vai doar a área (avaliada em R$ 2 milhões) e a Prefeitura vai instalar Posto de Saúde, Guarda Municipal (GM) e Escola (que deverá custar aproximadamente R$ 1,5 milhão).

A Sanasa já está agilizando projetos de estações de tratamento de esgoto na região e o governo estadual já tem licitações para construir três escolas que deverão atender estas famílias e as que estão na região do San Martin e do conjunto habitacional Campinas E.

O local deste novo reassentamento – denominado Condomínio Habitacional Sítio dos Amarais – conta com uma área de 217 mil metros quadrados na região dos Amarais e tem capacidade para abrigar 614 unidades. A área abrigava, no passado, um haras da família Cabrino e já possui seis prédios para a instalação das escolas, GM e posto de saúde que precisam de reformas. A área arborizada existente deverá ser mantida.

O presidente da Cohab, Fernando Vaz Pupo, disse que as 461 famílias deverão estar na área em maio ou junho do ano que vem; as obras deverão ter início em outubro ou novembro. Os serviços de terraplanagem já estão sendo feitos. Das 461 famílias; 317 são da rua Moscou, 127 são da rua Luiza de Gusmão e 17 do Jardim Dom Bosco. As outras 153 unidades do Condomínio Habitacional Sítio dos Amarais, vão ser feitas para as famílias que ocupam área de risco em linhas férreas, a serem reassentadas no final do ano que vem, em outro projeto habitacional.

As unidades serão erguidas em sistema de auto-construção assistida, ou seja, mutirão com acompanhamento de engenheiros e técnicos da CDHU. As casas vão ser de dois dormitórios, sendo 381 unidades planas com área de 38 metros quadros e 80 unidades com sobrado e área de 48 metros quadrados. A parcela mensal das famílias, depois que estiverem na nova moradia, vai girar em torno de R$ 30 a R$ 40; pois dependerá do rendimento – entre 10% a 15% da renda familiar. A prefeita Izalene Tiene (PT) disse que existe também um plano de emergência que a Prefeitura desenvolveu com a as secretarias da área social e Defesa Civil para atender as famílias que estão em locais de risco.

Déficit Habitacional

Campinas tem hoje um déficit habitacional de 160 mil pessoas, com 36 mil famílias morando em favelas, ocupações e áreas de risco. A prefeita Izalene disse que 5 mil famílias estão em áreas de risco e o governo municipal está iniciando uma nova política habitacional para tentar solucionar o problema causado pela falta de investimento nesta área nos últimos 20 anos.

Destas 5 mil famílias em áreas de risco, a prefeita afirmou que aproximadamente 1,3 mil estão em situação de risco eminente, ou seja, em situação de extrema necessidade. “O objetivo é de ter estas 1,3 mil famílias abr igadas em locais decentes até o final do próximo ano em projetos habitacionais com apoio dos governos municipal, estadual e até federal”, afirmou. A Prefeitura poderá utilizar o Programa de Subsídio Habitacional (PSM), que prevê apoio do governo do Estado – via CDHU – e do governo Federal – via Caixa Econômica Federal (CEF).

O projeto da Prefeitura prevê o reassentamento de 451 famílias na Vila Esperança, próxima ao
bairro San Martin, sendo 117 até o final deste ano e o restante até o final de 2004. As 461 famílias das ruas Moscou e Luiza de Gusmão e do Jardim Dom Bosco deverão estar assentadas até maio ou junho do ano que vem. Além disso, 433 famílias que ocupam áreas próximas a linhas férreas – 262 famílias vão ser assentadas neste ano no condomínio habitacional Campinas E, na região dos Amarais; e o restante dividido entre o condomínio Sítio dos Amarais e Vila Esperança. (Gilson Rei/Da Agência Anhangüera)