Campinas ganha reforço para combater crime

Correio Popular - Campinas - Sexta-feira, 22 de outubro de 2004

sex, 22/10/2004 - 9h38 | Do Portal do Governo

O secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu, entrega viaturas para barrar o seqüestro-relâmpago na cidade

Johnny Inselsperger, da Agência Anhangüera

A partir de hoje, 40 motos da Polícia Militar (PM) estarão trabalhando em operações de saturação com o objetivo de reduzir o número de seqüestros-relâmpago em Campinas. A medida foi anunciada ontem de manhã pelo secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, durante a entrega de 23 novas viaturas para a PM, no Largo do Ro-sário. Recentemente a cidade re-gistrou um aumento de casos nesta modalidade de crime, apesar das polícias não terem estatísticas, já que os boletins de ocorrência são registrados como roubo. Ao final da cerimônia, num mo-mento de descontração, o secretário demonstrou habilidade e passeou pelo Largo do Rosário com uma das motos CBX 750.

O secretário explicou que os 35 novos carros entregues à PM – 23 ontem para o 8º e o 35º batalhões da Polícia Militar e outros 12 no mês passado para o 47º – farão o trabalho de rádio-patrulhamento que era executado pelas motos. “Estamos deslocando as 40 motos para fazer o patrulhamento específico, em horários de rush, nos locais onde podem ocorrer o seqüestros-relâmpago e outros crimes. Trocando informações entre as polícia Civil e Militar, vamos mapear os pontos mais críticos e saturar o policiamento de moto que tem alta mobilidade”, diz Abreu.

Esta, porém, não foi a primeira medida adotado pelo Estado para tentar reduzir o número de seqüestros-relâmpago. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), em agosto, orientou a Polícia Civil para que os seqüestros-relâmpagos sejam tipificados no Boletim de Ocorrência (BO), nas delegacias, como roubo e seqüestro. Esse tipo de crime foi incluído na categoria de hediondo. Quem cometê-lo e for condenado poderá ficar até 20 anos na prisão. O criminoso ficará recolhido em penitenciária de segurança máxima e sem o benefício da regressão da pena.

Outro problema enfrentado pela polícia campineira são os latrocínios – roubo seguido de morte – e a dificuldade na elucidação destes crimes. Um dos casos que mais chamou a atenção da opinião pública foi do radialista Pedro Luís Paoliello Júnior, assassinado com três tiros, na noite do dia 2 deste mês, na Vila João Jorge. Ele foi vítima de um latrocínio no momento em que chegava em casa após deixar as rádios Globo e CBN, onde trabalhava há três anos e meio.

Para o secretário de Segurança, a questão da segurança melhorou e avançou, apontando queda de até 40% nos índices de violência. Abreu citou que o resultado das ações das polícias só não é melhor por falta de ações voltadas para melhorar a infra-estrutura na periferia. “Há bairros que são mais violentos. São os bairros onde a urbanização não chegou, bairros onde o Poder Público se omitiu na questão de desenvolvimento. Mas isso só o tempo vai dar conta. Por enquanto a polícia tem que trabalhar”, enfatizou.