Câmera ajuda rapaz a recuperar R$ 100 perdidos em estação

O Estado de S.Paulo - Quarta-feira, 20 de agosto de 2008

qua, 20/08/2008 - 14h06 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Uma câmera de segurança da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ajudou o lavador de carros Samuel Moraes de Oliveira, de 17 anos, a recuperar parte do salário que havia perdido na Estação Tamanduateí, zona leste, no dia 2. Por descuido, ele deixou cair do bolso uma nota de R$ 100. Um menino a achou e a entregou a um funcionário.

Ontem, as imagens foram divulgadas pela Rede Globo. Oliveira viu e foi reaver a quantia. “Para quem ganha R$ 450, uma nota de R$ 100 faz diferença”, contou. Ele disse que carregava o salário no bolso da bermuda e voltava do Central Plaza Shopping quando entrou na estação, mas só ao chegar em casa sentiu falta do dinheiro. “Graças à câmera e ao menininho, eu consegui meu dinheiro de volta. Estou muito feliz, nunca esperava tanta sorte.”

Segundo Sérgio de Carvalho Junior, chefe de atendimento ao usuário da CPTM, não foi difícil provar que o jovem era o dono da nota, pois Oliveira foi gravado no momento em que perdia os R$ 100, próximo às catracas. “Ele nos procurou com a mesma roupa e sabia até detalhes da cédula, que tinha marcas de grampeador.”

Carvalho elogiou os funcionários da companhia, que pegaram a nota da mão da criança e corretamente a levaram até a bilheteria. “Foi um caso raro (o fato de o dinheiro estar no chão e a criança tê-lo devolvido). Este ano, foram perdidos R$ 2.400 nas nossas estações. Desse total, 98% do dinheiro estava em carteiras, e não solto.” Segundo ele, a central de achados e perdidos fica na Estação Barra Funda. “Em 67% dos casos, os objetos perdidos voltam para a mão de seus donos.”

Episódios que terminam com desfecho positivo por conta das câmeras têm sido freqüentes na CPTM. Há duas semanas, após ser identificada pelo sistema de monitoramento de segurança, Juliana Silva, de 29, foi presa, acusada de seqüestrar um garoto de 4 anos em Diadema. Os equipamentos registraram quando ela abandonou a criança na Estação Barra Funda e fugiu. No dia seguinte, com o auxílio das gravações, a Polícia Civil chegou até ela.

Dias antes da devolução da criança, uma grávida que havia desaparecido de casa, em Suzano, foi vista desembarcando na Estação de Mogi das Cruzes com o namorado. A família estava desesperada com seu sumiço e foi à estação pedir para ver as imagens, na tentativa de achá-la. Na semana seguinte, ela foi encontrada morta. O namorado foi identificado como suspeito e foi preso.

No total, 1.579 câmeras vigiam os passageiros. Entre o fim de 2007 e o começo de 2008, foram entregues à polícia mais de 16 fitas para investigações. O coordenador da equipe de monitoramento da companhia, Willians Wanderley de Oliveira, afirmou que as imagens ficam em banco de dados por até 30 dias. Nesse intervalo, delegados podem requisitá-las.

O gerente de segurança Júlio Antônio de Freitas Gonçalves disse que o circuito de monitoramento ajuda “a verificar o comportamento de passageiros na plataforma, gente passando mal, roubo, furto e queda”. Ele adiantou que, em 90 dias a central de monitoramento será ampliada. “Vamos ter mais funcionários, mais telões.”

FURTOS

Enquanto as câmeras da CPTM colaboram nas investigações da Polícia Civil, alguns objetos da companhia são levados por criminosos e não são recuperados. A reportagem percorreu as Estações Brás e Luz e flagrou diversos ralos sem tampa e caixas de energia dos trilhos sem as portas de metal.

Agentes confirmam que furtos têm ocorrido e que inclusive válvulas de descarga dos banheiros são levada. A CPTM não quis comentar esses casos.