Metro
DEPOIS DE 13 ANOS, caiu pela primeira vez a participação das mulheres no mercado de trabalho da Grande São Paulo. Da população feminina com mais de 10 anos, 55,4% trabalhavam em 2006, contra 55,1% em 2007. O índice indica possível reversão de tendência, já que na última década a participação feminina no mercado cresceu seguidamente.
Entre os homens, a média manteve-se estável, em 71,3%. O levantamento foi feito pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).Se dividida em segmentos populacionais, a taxa de participação feminina diminuiu em praticamente todos os grupos, destacando-se as adolescentes de 10 a 17 anos (queda de 7,4%) e as com 60 anos ou mais (-2,3%).
“Como foi um ano bom em termos de mercado de trabalho e aumentou o participação dos homens, as mulheres deixaram de trabalhar para estudar, principalmente as jovens, que foi a faixa etária que mais saiu do mercado”, pondera Márcia Guerra, pesquisadora do Seade.
Desemprego
Outro dado interessante da pesquisa é que, na população feminina, o desemprego é hoje de 17,8%, menor do que o registrado em 2006 (18,6%). Segundo a pesquisadora, a queda do desemprego entre as mulheres não se deve apenas ao aumento do número de vagas.Segundo ela, deve-se considerar o fato de que muitas mulheres deixaram de procurar emprego no período pesquisado – para estudar –, e por isso não aparecem mais nas estatísticas sobre mercado de trabalho.
Já entre os homens, o desemprego chegou a 12,3%, também menor do que em 2006 (13,4%). Segundo o Seade, essa é a maior diferença entre os dois sexos registrada nos últimos 19 anos, o que revela dificuldade ainda para as mulheres se colocarem no mercado. Elas também seguem em desvantagem em relação aos salários.
O rendimento médio por hora das trabalhadoras corresponde a 78% do que ganham os homens.Para elas, o valor médio ganho por hora ficou em R$ 5,42, estável em relação a 2006. Para os homens, foi de R$ 6,96: também próximo ao valor de 2006.
