Butantan ganha área cultural e multimídia

O Estado de São Paulo - Quinta-feira, dia 11 de janeiro de 2007

qui, 11/01/2007 - 15h07 | Do Portal do Governo

O Estado de São Paulo

Instituto quer ampliar público, hoje formado basicamente por crianças

Natália Zonta

Conhecido por ter uma das maiores coleções de serpentes do mundo, com 54 mil exemplares, e fabricar 80% das vacinas produzidas no Brasil, o Instituto Butantan, na capital paulista,vai ganhar um complexo de cultura e ciência. Na segunda quinzena deste mês, começam a ser restaurados dois galpões onde vão funcionar um centro cultural com café e espaço para exposições e multimídia.

Os dois espaços foram construídos em 1930 e têm uma arquitetura típica de fazenda, com portões de madeira e tijolos aparentes. Lá, funcionavam a marcenaria e a serralheria do instituto, desativadas há mais de dez anos. No ano passado, a diretoria da entidade se aliou à Organização de Desenvolvimento Cultural e Preservação Ambiental (AMA), montou um projeto de restauração e saiu em busca de patrocínio. Esta semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a liberação de R$ 855.245,98.

O objetivo é trazer para São Paulo um pouco das melhores exposições do mundo relacionadas a ciência. No espaço multimídia, uma espécie de auditório, além de lançamentos de livros e encontros de estudiosos, também poderão ser exibidos filmes.’Não temos nenhum museu de história natural na cidade. Vamos tentar ocupar esse espaço’, disse Luiz Felipe Heide Aranha Moura, diretor da AMA.

As obras devem durar dez meses e, depois que o espaço for inaugurado, a meta é atrair pessoas de diversos perfis. ‘Até agora, só temos um único tipo de visitante: crianças que vêm uma vez e nunca mais voltam’, disse o diretor do instituto, Otávio Mercadante. O local chega a receber 8 mil pessoas por semana. Desse total, 6 mil são crianças de escolas públicas ou levadas pelos pais. Mercadante acredita que, com a reforma, o local se torne mais agradável e faça com que as pessoas fiquem por mais tempo e também queiram retornar sempre.

Os dois galpões do instituto são tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Por isso, uma das principais fases da obra será a restauração. O projeto de arquitetura foi feito por meio de parceria com a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).

Alunos e professores da Faculdade de Arquitetura planejaram a troca das esquadrias, vidros e pisos, a renovação das instalações elétricas e hidráulicas, além da renovação da cobertura e dos revestimentos externo e interno. ‘As novas opções, como o café e o auditório, foram mais simples de serem projetadas. A grande execução será a recuperação dos galpões’, disse o arquiteto Munir Buarraj, um dos responsáveis pela coordenação do projeto.