Bombeiros monitoram toda a costa da região

A Tribuna - Santos - Segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

seg, 19/01/2004 - 9h18 | Do Portal do Governo

Amanda Guerra, da Reportagem


Domingo, céu limpo e sol forte. São aproximadamente 12h20 e as praias de Santos já estão totalmente tomadas pelos banhistas. No radiocomunicador da lancha Comandante Paulo Marques, do Corpo de Bombeiros, alguém avisa que uma embarcação está à deriva em alto mar, na direção do Emissário Submarino.

O 1º tenente Fábio Rogério Betini, oficial de serviço do 17º Grupamento do Corpo de Bombeiros pede ao cabo que conduz a lancha para aumentar a velocidade, enquanto rumam para atender a primeira ocorrência do dia.

‘‘Às vezes, o camarada deixa a embarcação parada seis meses e resolve colocar no mar. Aí o motor pifa mesmo. Isso é o que mais acontece’’, explica o tenente à A Tribuna que acompanhou ontem, por cerca de três horas, o trabalho da equipe.

Destinada à prevenção de acidentes e ao salvamento, a lancha é uma das três que são utilizadas pela corporação para monitorar o Litoral Paulista.

O trabalho das equipes que atuam nas embarcações é intenso — são 24 horas todos os dias.

As lanchas saem às 7 horas e só retornam às 19 horas. Depois desse horário, um grupo fica de plantão, das 19 às 7 horas.

A Comandante Paulo Marques, que fica atracada no 4º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros, em Vicente de Carvalho, fiscaliza além de Santos, Guarujá e São Vicente. As outras duas cobrem, respectivamente, o Litoral Norte e o Litoral Sul.

As lanchas monitoram as águas a 200 metros da praia. No trecho próximo à areia, o trabalho é feito pelos botes infláveis e pelos guarda-vidas que ficam em terra. Os helicópteros completam a estrutura mantida para garantir a segurança nas praias da região.

Xuá

Em apenas oito minutos a Comandante Paulo Marques encontra a embarcação à deriva. A Xuá, pertencente ao Clube Internacional de Regatas, ia participar do júri de uma prova náutica que ocorreria em São Vicente.

‘‘O motor pifou mesmo. Mas velejo há 35 anos e já estou acostumado com essas coisas’’, lamenta o professor e diretor de vela do clube, Dimas Eduardo Ruiz, que teve a embarcação rebocada até a sede naútica do clube, em Guarujá.

São 13 horas. Depois de deixar a Xuá em Guarujá, a Comandante Paulo Marques parte em direção às praias da cidade.

Enquanto a lancha não chega à Praia do Guaiúba, onde seria feita a primeira parada, o radiocomunicador informa às equipes a ocorrência mais grave até aquele momento: em Bertioga, um homem entrou no mar e se afogou. Não há sinal do corpo.

Guarujá

Já passa das 13h30 quando a Comandante Paulo Marques chega ao Guaiúba, em Guarujá. A praia está lotada e há muitos banhistas na água. Como tudo está calmo, o tenente pede ao piloto que conduza a lancha até a Praia do Tombo, onde há mais ocorrências.

Na Praia Tombo, cinco minutos depois, dois jet-skis perto da arrebentação colocam em risco a segurança dos banhistas.

A equipe intervém, apitando e sinalizando para que os pilotos se afastem. Eles até relutam um pouco, mas acabam obedecendo a ordem.

Voltando ao Guaiúba, depois de terem recebido um chamado pelo radiocomunicador, a equipe avista dois adolescentes nadando perto das pedras.

‘‘O pessoal acha que pode se aventurar e essas situações geralmente acabam mal’’, comenta o sargento Jonas Gomes de Sousa Filho.

Os adolescentes são orientados a deixar a área e a equipe ainda usa o apito para chamar a atenção de banhistas que nadavam na direção de uma placa de perigo fincada na areia.

O relógio se aproxima das 15 horas, quando a Comandante Paulo Marques deixa a equipe de A Tribuna na Ponte dos Práticos, na Ponta da Praia, em Santos, antes de retornar a Vicente de Carvalho, de onde partiu de manhã, para ser reabastecida.

‘‘Foi um início de tarde calmo. Espero que o resto do dia seja assim também’’, disse Betini.