Uma pesquisa divulgada ontem pela Prefeitura mostrou que 98% dos usuários do Restaurante Bom Prato consideram a qualidade do atendimento boa ou ótima. O estudo foi elaborado pelo Instituto de Pesquisas Científicas da Universidade Católica de Santos (UniSantos) no final de abril, através de 425 entrevistas feitas com frequentadores do estabelecimento.
Inaugurado em outubro de 2005 em um dos pavilhões do Mercado Municipal, no Paquetá, o Bom Prato serve refeições completas a R$ 1,00, através de uma parceria com o Governo do Estado e a Associação de Promoção e Assistência Social Estrela do Mar. Desde a sua inauguração, foram servidas cerca de 180 mil refeições.
Na manhã de ontem, o prefeito João Paulo Tavares Papa se reuniu com o o representante da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, Sílvio Manginelli, que responde pela Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), para entregar uma cópia da pesquisa. O encontro aconteceu na sede do Bom Prato.
O estudo também traçou um perfil do usuário no que se refere a sua condição de emprego, origem, idade, sexo, escolaridade e renda familiar. A maior parte dos frequentadores (67,5%) trabalha, enquanto que 32,5% estão desempregados ou aposentados.
Entre os trabalhadores, 48% são portuários, estivadores, transportadores, mecânicos, funileiros ou autônomos. A renda de 68,6% dos frequentadores é de até quatro salários mínimos (R$ 1.400,00).
Um total de 68,2% reside em Santos, 12,5% em Vicente de Carvalho (Guarujá), 9,7% em São Vicente, 4,7% em Cubatão, 3,7% em Praia Grande e 1% vem de outros municípios.
Sobre a escolaridade, o levantamento mostrou que 20% são analfabetos ou semi-analfabetos, 39,5% completaram o 1º grau, 38% concluíram o 2º grau e 2,5% estudaram até o 3º grau.
Os homens representam a maioria dos frequentadores, com 72,5%. Desse total, 36,5% têm mais de 56 anos de idade e 55% almoçam no local diariamente.
O prefeito João Paulo Tavares Papa não ficou surpreso com o resultado. ‘‘Isso só comprova o acerto de levar esse restaurante para aquela região, que necessita de novos equipamentos. Não é à toa que muitos usuários são portuários. Além disso, atendemos também moradores de outras cidades, como também prevíamos no início do projeto’’.
Silvio Manginelli explicou que ainda é cedo para pensar na ampliação da estrutura atual. ‘‘Nós fazemos acompanhamentos periódicos para verificar exatamente esta necessidade. Se for preciso, trabalharemos para aumentar o volume de recursos’’.
Prefeituras de outras cidades da região, como São Vicente e Cubatão, já solicitaram a instalação do programa. ‘‘Os dois pedidos estão em fase de estudo técnico. Levaremos em conta a localização estratégica, que precisa contemplar não só a cidade mas também alguns municípios vizinhos’’.
A diretora da Associação Estrela do Mar, Margarida Rodrigues, explicou que a estrutura atual, com 18 funcionários, está dimensionada para oferecer até 1.200 refeições diárias. ‘‘Por enquanto, esta produção atende a demanda. O crescimento vai acontecer de forma gradativa, dentro do tempo certo’’.
Nova pesquisa
Este mês, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Seas) iniciou uma nova pesquisa com os usuários, para aprofundar o perfil socioeconômico e alimentar do público atendido pelo restaurante.
Cinco estagiários do curso de Nutrição da UniSantos participam da coleta de dados, que inclui ainda verificação de peso e altura dos usuários. Todas as informações serão tabuladas em forma de dados estatísticos e gráficos até julho.
Bom Prato
Trabalhadores
Profissão/atividade %
Autônomo 14,0
Transportes 14,0
Estivador/Portuário 12,0
Funileiro/Mecânico 8,1
Funcionário público 5,1
Limpeza/Ajudante Geral 5,1
Motorista 5,1
Balconista 3,7
Carrinheiro 2,9
Doméstica 2,9
Funcionário de lava-rápido 2,9
Motoboy 2,9
Auxiliar de escritório 2,2
Corretor 2,2
Avulso/bico 1,4
Carrinho de cana 1,4
Ensacador 1,4
Gráfica 1,4
Jornalista 1,4
Letreiros 1,4
Marcenaria 1,4
Confecção 0,7
Contador 0,7
Encanador 0,7
Marinheiro 0,7
Mercado Municipal 0,7
Segurança 0,7
Sindicato 0,7
