Blitz contra comércio ilegal encontra lojas fechadas na Paulista

Folha de São Paulo - Sexta-feira, dia 11 de agosto de 2006

sex, 11/08/2006 - 11h21 | Do Portal do Governo

CLAUDIA ROLLI

Fiscais da Receita Federal e da Secretaria da Fazenda paulista voltaram ontem ao Stand Center, shopping da avenida Paulista, para inibir a venda de mercadorias ilegais e encontraram apenas 30% dos 200 boxes instalados no local abertos.

Para os fiscais, o fato de os boxes estarem fechados mostra que há “fortes indícios” de que mercadorias contrabandeadas ou pirateadas continuam sendo vendidas. Eles suspeitam de que a fiscalização realizada na rua Santa Ifigênia (centro de SP) no início da semana, durante a operação Ventania, tenha assustado os comerciantes.

Há oito meses, o estabelecimento foi alvo de uma megablitz com 700 agentes do fisco e da Polícia Federal e chegou a ser fechado pela Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, 1.355 sacos (de 100 litros cada um) foram recolhidos de 133 boxes.

Mais tímida ontem, a ação contou com 25 agentes da Fazenda, 20 da Receita Federal, 30 policiais militares, 18 guardas civis, além de cinco agentes do Contru (Departamento do Controle do Uso de Imóveis).

Durante a operação, foi apreendido um veículo Citroën Xsara, que transportava produtos eletroeletrônicos (câmeras fotográficas digitais, aparelhos de Ipod e itens de informática) sem nota fiscal. O carro tentava deixar o local quando a ação foi iniciada, por volta das 12h30. Todos os veículos do prédio foram revistados.

Consumidores também foram abordados na saída do shopping e tinham suas mercadorias vistoriadas -os produtos sem documentação foram recolhidos. No total, foram confiscados cerca de 30 sacos (de 100 litros) de produtos.

Para a blitz, haviam sido escolhidos inicialmente dez boxes que comercializavam bolsas falsificadas, produtos eletrônicos sem comprovação de procedência e CDs piratas. Desses, apenas dois foram vistoriados -estavam sem alvará de funcionamento, segundo informou a prefeitura. Se em cinco dias não apresentarem a licença, serão multados.

“Nas mercadorias nacionais que eram vendidas nos boxes, não encontramos problemas, sinal de que caminhamos para a regularização”, disse Antonio Carlos de Moura Campos, diretor-adjunto da Diretoria Executiva da Administração Tributária da Fazenda paulista. “Mas o fato de a maior parte dos boxes estar fechada mostra também que ainda há muitos problemas no comércio que se pratica aqui.” Procurada pela Folha, a administração do shopping não quis se pronunciar.