A integração metrô, ônibus e trem deve começar na Linha 5 (Capão Redondo-Largo Treze) do Metrô e na Linha C (Osasco-Jurubatuba) da CPTM. Medida vai beneficiar 2 milhões de passageiros
BRUNO TAVARES e
CAMILLA HADDAD
O bilhete único integrando ônibus, metrô e trem já tem data para começar a funcionar. Será a partir de novembro. O anúncio será feito esta manhã, no Palácio do Anhangabaú, sede da Prefeitura. Até o começo da noite de ontem, técnicos estudavam implementar, inicialmente, o bilhete na Linha 5 (Capão Redondo-Largo Treze) do Metrô e na Linha C (Osasco-Jurubatuba) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM. A estimativa é que a medida beneficie cerca de dois milhões de usuários.
O governador Geraldo Alckmin deixou escapar que firmaria um convênio com a Prefeitura na manhã de ontem, durante a posse do presidente do Secovi-SP, Romeu Chap Chap. Alckmin usou a assinatura do acordo para reafirmar que não tem nenhum tipo de desavença com o prefeito José Serra (os dois figuram como virtuais candidatos do PSDB nas eleições presidenciais de 2006).
Para tirar o projeto do papel, Estado e Prefeitura investirão R$ 15 milhões – R$ 7,5 milhões sairão dos cofres municipais e a outra metade virá do governo do Estado. A expectativa é que até abril do próximo ano toda a rede da CPTM, ônibus e metrô esteja integrada.
Já o valor da tarifa única só deve ser anunciado aos paulistanos às vésperas do início da integração. Atualmente, a passagem ônibus/metrô custa R$ 3,60. Mas, de acordo com a própria Companhia do Metropolitano, apenas 4% dos 2,5 milhões de passageiros diários usam essa passagem. Na CPTM, estudos revelam que a parcela dos que aderem a esse tipo de tarifa é ainda menor.
A idéia de criar um sistema de bilhetagem unificada para ônibus, trens e metrô já havia sido cogitada na gestão Marta Suplicy PT. À época, porém, não se chegou a um acordo sobre o valor do bilhete, pois o Metrô alegou que não teria como receber abaixo de R$ 2,10.
Metrô e CPTM irão utilizar a mesma tecnologia usada na frota de ônibus da Capital. O validador do bilhete da Prefeitura será acoplado nas catracas das estações. Ainda não foi definido quem arcará com o custo de instalação do equipamento, orçada em R$ 15 milhões. Está em estudo ainda como será a divisão do custo com manutenção, processamento e distribuição dos créditos. Tanto a Linha C da CPTM quanto a Linha 5 do Metrô passam por bairros da Zona Sul da Capital, inclusive em um dos terminais de ônibus mais movimentados da Cidade, o João Dias.
Hoje, o metrô de São Paulo transporta diariamente 2,5 milhões de passageiros ao longo de suas quatro linhas. Os trens da CPTM levam 1,5 milhão de pessoas. Já os ônibus municipais têm uma demanda de 5 milhões de usuários.
Além do governador e do prefeito, participam da cerimônia de hoje o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, e os presidentes do Metrô, Luiz Carlos David, da CPTM, Mario Bandeira, e da SPTrans, Ulrich Hoffmann.
