Bilhete total começa em dezembro

O Estado de S.Paulo - Sexta-feira, 07 de Outubro de 2005

sex, 07/10/2005 - 13h53 | Do Portal do Governo

Giovanna Balogh

Após nove meses de negociação, a São Paulo Transporte (SPTrans), o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) assinaram ontem o contrato que permitirá ao passageiro pegar trem, metrô e ônibus pagando uma única passagem no período de duas horas. O bilhete único total poderá ser usado a partir da primeira quinzena de dezembro.

A experiência começará na Linha C da CPTM, que liga Osasco a Jurubatuba, e na Linha 2 (Verde) do metrô, entre Ana Rosa e Vila Madalena. Enquanto os governos municipal e estadual fazem os cálculos para definir o valor da tarifa – que será divulgada só no fim de novembro -, as empresas se preparam para o aumento do número de passageiros.

O maior crescimento de demanda deverá ser sentido nos trens da CPTM. A expectativa é de que, com o bilhete único, aumente em 10% o número de passageiros, superlotando ainda mais as composições. Para evitar isso, a CPTM informou ontem que, até março, a Linha C vai ganhar 12 trens – hoje ela tem 16 composições.

Com a integração, o passageiro precisa ficar atento para não ser obrigado a pagar duas passagens. ‘Caso ele ingresse primeiro no trem ou metrô e saia depois para pegar um ônibus, terá de pagar uma segunda passagem caso entre novamente em alguma linha metroferroviária, mesmo que esteja dentro do período das duas horas (nas quais é válido o bilhete único)’, disse o presidente do Metrô, Luiz Carlos Frayze David.

A Prefeitura e o governo do Estado vão dividir meio a meio o gasto de R$ 15 milhões com catracas adaptadas ao novo sistema. O presidente da CPTM, Mário Manuel Bandeira, disse que as outras 52 estações do metrô e as 83 da CPTM terão bilhete único até maio. Mas alertou que integrações gratuitas entre trem e metrô continuarão restritas, como hoje, apenas às Estações Brás, Barra Funda, Luz e Santo Amaro. A integração entre os três meios de transporte, segundo o orçamento para 2006, será subsidiada pela Prefeitura, que desembolsará R$ 300 milhões.

O secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, explicou que o bilhete único atual é o mesmo que poderá ser recarregado para utilização no metrô e no trem. A única mudança é que o passageiro terá mais opções para comprar e recarregar o bilhete, algo feito hoje apenas em casas lotéricas e postos autorizados. ‘Cada uma das estações do metrô e as de trem contarão com cabines para venda e recarga do bilhete’, disse David. Ele afirmou ainda que o tíquete atualmente usado pelo Metrô e pela CPTM será gradativamente substituído pelo bilhete único.