SP TV 1ª Edição
Os mais de 50 mil moradores da região do M’Boi Mirim contam com uma biblioteca diferente. Ela foi construída e organizada por policiais militares. Em pouco tempo, a biblioteca já conta com seis computadores com acesso à internet e cinco mil livros catalogados.
Sempre que pode, Maria Aparecida passa na biblioteca que fica na base comunitária da polícia militar no Jardim Ranieri, na zona sul da capital. Cada vez que vai ali, ela leva uma nova pessoa para conhecer o espaço. “Hoje mesmo eu estou aqui com a minha família, mas temos alguns vizinhos, crianças, né?”, diz ela.
É assim, através da propaganda boca a boca, que a biblioteca, que ainda não tem um mês de existência, vai ficando cheia.
“Quando eu trago ele fala, ele vão bóra, bóra logo”, diz uma estudante.
A lotação é compreensível, já que a biblioteca mais próxima dali ficava a doze quilômetros.
“Em Santo Amaro eu gastaria mais ou menos uns 40 minutos com uma condução. Da minha casa pra cá mais ou menos uns dez minutos”, diz uma jovem.
O espaço da base da PM conta com um acervo de cinco mil livros e computadores com acesso à internet para trabalhos escolares. Alan, pesquisou ali sobre o handeball.
“Sei que handebol a bola antigamente era igual uma maçã. Tô lendo aqui”, diz ele.
O local foi idealizado pelos policiais, mas a comunidade ajudou na concretização do sonho. Tudo o que tem lá dentro foi doado.
A biblioteca é mais uma das idéias desenvolvidas pelos PMs da base do Jardim Ranieri. Em 2006, um dos projetos apresentados por eles ganhou prêmio do instituto Sou da Paz.
Os policiais acionaram a prefeitura e a CET para tentar acabar com os atropelamentos que aconteciam na estrada do M’Boi Mirim: o número alto dos acidentes de carro.
“Cada um na medida de sua colaboração conseguimos concretizar o projeto canteiro, reduzindo em 100% os atropelamentos em frente à base”, diz Mílton Viieira Silva, sargento da PM.
Um ano depois de resolver o problema na rua, veio a idéia de aproveitar o terreno ocioso ao lado da base e construir a biblioteca. Os policiais, que normalmente são recebidos com desconfiança pela população, comemoram o carinho dos moradores do Jardim Ranieri.
“É gratificante porque a criançada ela chama a gente de tio, pede pra gente ajudar”, diz José Venâncio Tavares Filho, soldado da PM.
Estão abertas as inscrições para o prêmio Polícia Cidadã, até o dia seis de outubro. O exemplo que a gente viu na reportagem venceu o prêmio oferecido pelo instituto “Sou da paz” há dois anos. Podem participar policiais civis, militares e técnico-científicos da grande São Paulo, baixada santista, Vale do Paraíba e campinas.
