Bebê dispõe de ofurô e massagem

Folha de S.Paulo - Domingo, 10 de Outubro de 2005

seg, 10/10/2005 - 11h33 | Do Portal do Governo

BEM-ESTAR POR INTEIRO

Três hospitais públicos incorporaram atividades tidas como diferenciais

DA REPORTAGEM LOCAL

Banhos de ofurô e massagens para bebês, banheira de hidromassagem para gestante em trabalho de parto. Serviços como esses, tidos como diferenciais nas maternidades privadas, estão disponíveis na rede SUS. Em São Paulo, três hospitais públicos, com recursos próprios, incorporaram essas atividades no pacote do parto humanizado.

No Hospital Estadual da Vila Alpina, na zona leste da capital, recém-nascidos recebem banho de imersão em um recipiente similar ao tradicional ofurô japonês. A temperatura da água é controlada a 36C. A técnica, apelidada de ‘ofuroterapia’, é indicada aos bebês estressados. ‘São aqueles que choram sem parar, se recusam a mamar ou são muito agitados’, explica o pediatra e coordenador de neonatologia da instituição, Carlos Eduardo Carvalho Corrêa.

Segundo ele, a idéia surgiu há um ano, ao observar um bebê após o nascimento. ‘Ele chorava e parava, chorava e parava, como as contrações do trabalho de parto. Nem mesmo no colo da mãe se acalmava. Ao ser colocado na água, imediatamente parou de chorar’, lembra.

No ofurô, os bebês ficam mergulhados até o pescoço e revivem o ambiente do útero materno. Os prematuros são envoltos em um lençol que reproduz os limites da placenta e imerso em água aquecida à temperatura do corpo humano, 36C. A ‘ofuroterapia’ é ensinada às mãe como forma de acalmar seus bebês quando estiverem em casa.

No hospital e maternidade Interlagos (zona sul de São Paulo), o diferencial são as aulas de shantala (massagem de origem indiana para bebês), dadas às mães semanalmente.

Segundo a enfermeira Rosane Oberderfer, a massagem ajuda na saúde do bebê, uma vez que atua diretamente nas disfunções orgânicas aliviando tensões e cólicas intestinais e colaborando para um sono tranqüilo.

Modelo no quesito ‘parto humanizado’, a casa de parto Casa de Maria, que fica em um prédio anexo ao hospital Santa Marcelina, no Itaim Paulista (zona leste da cidade), conta com quartos individuais, equipados com banheiras de hidromassagem e bolas e barras para exercícios de estimulação.

Além da presença de uma enfermeira obstetra, as gestantes que desejam ter o bebê no local podem contar com a família durante o trabalho de parto. ‘Fica a critério dela estar com o marido, a mãe ou a melhor amiga’, conta o obstetra Marcos Ymayo, chefe do departamento de ginecologia do hospital. (CC)