Banco Nossa Caixa começa a vender consórcio de imóvel

Valor Econômico - Quarta-feira, dia 5 de julho de 2006

qua, 05/07/2006 - 10h43 | Do Portal do Governo

Altamiro Silva Júnior

O banco Nossa Caixa, que pertence ao governo do Estado de São Paulo, anunciou ontem um acordo com a Rodobens para oferecer consórcios de imóveis. Segundo Jorge Luiz Ávila, diretor de produtos do banco, a expectativa “conservadora” é comercializar seis mil cotas por ano, com valor médio da carta de crédito na casa dos R$ 80 mil.

Pelo acordo, a Rodobens Consórcios vai administrar, organizar e gerenciar os grupos formados pelo banco. Já a Nossa Caixa, fará a gestão dos recursos captados e a venda das cotas em sua rede de agências, que começaram a ser feitas na segunda-feira.

Outros bancos que resolveram vender consórcios recentemente, como o Bradesco e a Caixa Econômica Federal, criaram suas próprias administradoras. Segundo Ávila, da Nossa Caixa, criar uma administradora agora exigiria uma maior “expertise” do banco no segmento de consórcios, além de uma estrutura maior. “A escolha de um parceiro com experiência no negócio possibilitou a implantação do produto em curtíssimo prazo e com redução significativa de custos”, afirma.

Por isso, optou por fazer o acordo com a Rodobens, que atua na área há 40 anos. A Rodobens é a terceira maior administradora no segmento de imóveis, com 28,9 mil participantes, segundo ranking de maio do Banco Central. O líder é o Bradesco, com 86,7 mil clientes, seguido pelo Caixa Econômica Federal, com 76,4 mil.

Por enquanto, a Nossa Caixa não tem planos de oferecer outros tipos de consórcios, como o de automóveis, que começou a ser oferecido esta semana pela Caixa Econômica Federal. “Vamos avaliar o desempenho dos consórcios de imóveis primeiro”, diz Ávila.

Os consórcios de imóveis vêm registrando crescimento elevado nos últimos meses. Este ano, são os únicos que crescem dentro do segmento de consórcios. No primeiro quadrimestre, foram vendidas 62,6 mil cotas, um crescimento de 42% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo os dados mais recentes da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). O número de participantes nos imóveis chegou a 333,7 mil em abril, uma alta de 34,7% frente ao mesmo mês de 2005.

No mesmo período, o setor de consórcios como um todo (incluindo motocicletas, automóveis e eletroeletrônicos) registrou queda de 17,7% nas vendas de novas cotas.

Os dados do Banco Central, que vão até maio, também confirmam o crescimento acelerado dos imóveis. Naquele mês, foram comercializadas 21,4 mil cotas de imóveis, 45% acima das vendas de maio de 2005.

Segundo a Abac, o fato de o consórcio não ter taxa de juros e o baixo valor das taxas de administração (em torno de 0,15% ao mês, em média), explicam o desempenho do setor.