Baixada: Alckmin lança obra de R$ 1 bi

Diário de S. Paulo - Sexta-feira, 29 de abril de 2005

sex, 29/04/2005 - 10h51 | Do Portal do Governo

Marcel Frota

Seis cidades da Baixada Santista – Bertioga, Cubatão, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Praia Grande – devem ter 95 % de seu esgoto tratado. É o que prevê o projeto apresentado ontem pelo governador Geraldo Alckmin no lançamento de edital para obras de saneamento da Baixada Santista. Segundo dados do Governo, a região tem hoje apenas 53% do esgoto coletado. O custo total do projeto é de R$ 1,05 bilhão, divididos em obras – R$ 777,1 milhões – e serviços de tratamento de água – R$ 274,3 milhões.

Alckmin espera que as obras sejam iniciadas em setembro, com cinco anos de duração. Além do aumento da capacidade de captação nos seis municípios, serão feitas melhorias do sistema em Santos, São Vicente e Guarujá. ‘É uma grande conquista ter 100% de água tratada e 95% de esgoto coletado, um índice excepcional, quase europeu. E desse esgoto coletado, 100% será tratado. Esse investimento prevê 1.100 km de rede coletora e de coletores-tronco. É como ir de São Paulo até Brasília’, disse.

Estão projetadas a construção de oito estações de tratamento de esgoto, ampliação do emissário submarino de Santos e São Vicente – 250 metros a mais no trecho terrestre e 180 no trecho oceânico – e o novo emissário submarino em Praia Grande com quatro quilômetros de extensão. ‘Há uma estimativa da Sabesp de que, ao longo dessa obra vamos ter 17 mil empregos diretos e 35 mil indiretos. A Sabesp já está orientada para que as empresas que forem trabalhar contratem mão-de-obra da própria região’, afirmou Alckmin.

Do investimento total do projeto, R$ 571,5 milhões virão de empréstimo do Banco Japonês de Cooperação Internacional, com juros de 1,8% ao ano e 25 anos para pagar. O restante será custeado pelo Governo do Estado. Questionado, Alckmin concordou que seu sucessor só não termina o projeto se não quiser: ‘Acho que essa hipótese não pode nem ser admitida. Há projeto, contrato, recurso e necessidade da obra, não há razão para não fazer’, afirmou.

Eleição

O governador negou que a obra tenha interesse eleitoral em virtude da corrida presidencial de 2006. Alckmin é um dos principais nomes do PSDB para concorrer à presidência da República. ‘Não tem nada a ver com eleição. Gostaria de ter assinado este contrato no ano passado, só que as coisas ocorrem no devido tempo. Não tem relação com a eleição. Não sei se vou ou não ser candidato em 2006, isso é um assunto partidário’, afirmou. É o segundo pacote de obras que Alckmin anuncia em dois dias. Na quarta-feira, Alckmin divulgou cronograma de obras que serão feitas por concessionárias em 21 estradas estaduais no valor de R$ 846,8 milhões. Essas obras estão previstas nos contratos.