Jornal da Tarde
Policiais rodoviários viraram alunos ontem. Ao todo, eram 64 homens fardados, de olhos atentos ao que ensinava a professora. A aula foi de três horas e a disciplina do dia era sobre como identificar o bêbado no trânsito e conseguir provas de que ele está alcoolizado (veja como identificar um motorista bêbado no quadro à esquerda), ainda que o condutor se recuse a assoprar o bafômetro. Qual foi a dúvida principal da turma? ‘E quando o motorista está só ‘alegrinho’, é possível pegá-lo em flagrante?’
Segundo a ortopedista do Hospital das Clínicas que ministrou a aula,Julia Greve, é possível, sim. ‘Foi justamente esse o foco do treinamento. Depois que as pessoas souberam que não são obrigadas a passar pelo bafômetro, os policiais ficaram de mãos atadas’, fala. ‘Mas com a lei (em fevereiro de 2006 foi determinado que o condutor que se recusar a fazer os testes pode ser autuado mediante outras provas) é preciso capacitar os policiais para o reconhecimento dos indícios.’
O tenente Cláudio Ceoloni confirmou que nas operações o bafômetro é bem rejeitado. ‘E muitas vezes, até o legista chegar para fazer o reconhecimento, o efeito da bebida passou. Por isso que essa capacitação é de extrema importância.’
Até o fim do ano, outros 23 mil policiais devem ser capacitados. A primeira operação depois das aulas começa já amanhã e se estende por todo o feriado.