Atendimento vip melhora a saúde de 85% dos bebês em hospital estadual

Jornal da TardeEmmanuel nasceu no domingo, com mais de 4 kg, e teve alta na terça-feira. Mas ontem mesmo já estava de volta ao Hospital Estadual de Vila Alpina, na […]

ter, 10/04/2012 - 16h25 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Emmanuel nasceu no domingo, com mais de 4 kg, e teve alta na terça-feira. Mas ontem mesmo já estava de volta ao Hospital Estadual de Vila Alpina, na zona leste. Com um tratamento vip, em que os bebês retornam para a consulta do pós-parto no máximo uma semana após o nascimento, a instituição conseguiu uma melhora na saúde da maioria de seus recém-nascidos em 2011, diminuindo a frequência de crianças dessa idade no pronto-socorro e garantindo altas taxas de aleitamento materno exclusivo.

No caso do menino, o retorno precoce permitiu que sua mãe, Tuanny da Silva Souza, de 22 anos, recebesse orientações sobre como tratar um quadro de icterícia – quando não identificada precocemente, ela pode levar a déficits cognitivos e surdez. Emmanuel, assim como os outros bebês que nascem na instituição, são atendidos no Ambulatório do Umbigo, no qual recebem um tratamento de primeira linha, muito parecido com o das redes particulares.

Em 2011, 73,1% dos bebês nascidos no Hospital Estadual de Vila Alpina aderiram ao Ambulatório do Umbigo. A criança só recebe alta da instituição quando a mãe estiver segura o suficiente nos cuidados com o bebê. Lá, essas mulheres aprendem a amamentar, a dar banho e a encontrar as melhores posições para o bebê dormir. A enfermeira Vânia das Mercês Pereira Nascimento conta que esse cursinho é ministrado para grupos de mães.

No ano passado, 85% dos bebês atendidos pelo programa apresentaram melhora no quadro clínico já na segunda consulta feita no ambulatório. “Uma das principais intercorrências é a dificuldade de aleitamento materno e o mau ganho de peso. Isso pode ter como consequência alterações metabólicas importantes”, diz a médica Suzana Altikes Hazzan, coordenadora do serviço de neonatologia do hospital.

Suzana ressalta que a proposta do ambulatório é justamente permitir à equipe de saúde acompanhar as principais patologias que acometem os recém-nascidos na primeira semana de vida. Uma delas é a hipernatremia, caracterizada pelo excesso de sódio no organismo do bebê, um problema que pode provocar até convulsões.

A hipernatremia aparece quando a criança não está ingerindo água adequadamente por meio do leite materno. “É uma doença silenciosa. O bebê fica irritado e chora muito, mas todo mundo acha que é normal chorar muito”, diz Suzana. “Frequentemente temos casos assim quando a mãe não vem ao ambulatório nos primeiros dias.”

As famílias dos bebês podem usar várias vezes o ambulatório. As mães são aconselhadas sobre a importância do retorno precoce ao hospital logo após o parto, e já vão para casa com a consulta agendada. A adesão ao programa, afirma Suzana, tem diminuído a frequência dos recém-nascidos no pronto-socorro infantil. Para ela, isso é positivo porque evita que os bebês se exponham a crianças com infecções – comuns nesse tipo de ambiente.

As mães também recebem apoio psicológico e são convidadas a trazer os maridos para o ambulatório. De acordo com Alencar Antonio Rufino, coordenador de enfermagem do bloco materno-infantil do hospital, a presença do pai é muito valorizada na instituição. “A gente coloca a importância de, nesta consulta, a mãe vir acompanhada pelo marido. A família toda é muito bem-vinda”

Resultados:

1.559
Consultas foram feitas no Ambulatório do Umbigo em 2011

73,1%
Dos bebês nascidos no Hospital Estadual de Vila Alpina aderiram ao programa

47%
Dos bebês atendidos tinham icterícia neonatal

12,4%
Das mães atendidas tinham desenvolvido fissuras mamárias

98%
Das mães mantiveram o leite materno exclusivo na 1ª semana