Atendimento médico rápido

O Estado de S.Paulo - Segunda-feira, 28 de maio de 2008

seg, 26/05/2008 - 12h33 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

A administração municipal inaugurou, em menos de três anos e meio, 102 unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs). A meta do prefeito Gilberto Kassab, que pretende ter aí uma das principais bandeiras da sua campanha pela reeleição, é chegar a pelo menos 110 unidades no final do mandato. Nos últimos 30 dias, houve 12 inaugurações em várias regiões da cidade. Em maio de 2006, quando José Serra deixou a Prefeitura, havia 29 AMAs.

Opositores do prefeito dizem que se trata apenas de maquiagem de antigas sedes das Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Segundo eles, a Prefeitura se limita a dividir o espaço existente para abrigar os consultórios e salas das AMAs ou, no máximo, a construir pequenos anexos nos terrenos das UBSs e de entregá-los como se fossem prédios projetados exclusivamente para esse fim.

Criadas para oferecer consultas e exames em casos de baixa complexidade, sem necessidade de agendamento prévio, as AMAs são parte de um modelo de atendimento que a população aprovou. Segundo a Prefeitura, pesquisa do Ibope aponta índice de satisfação de mais de 90% com o serviço prestado.

Desde que a primeira unidade foi inaugurada, há três anos, no Jardim Ângela, essas unidades já realizaram mais de 5,8 milhões de consultas com clínicos gerais e pediatras. Em 2006, nas 36 AMAs até então instaladas os médicos atenderam 1,4 milhão de pacientes. No ano passado, o número saltou para 3,7 milhões de consultas.

O que o atual prefeito fez foi otimizar o uso da estrutura que encontrou. Se havia espaço ocioso nas instalações da rede municipal de saúde, nos prédios das Unidades Básicas de Saúde ou nos terrenos onde elas estão instaladas, o melhor era utilizá-lo para dar maior presteza ao atendimento. Nas UBSs, onde é necessário agendar as consultas, a espera pode ser de semanas, conforme a especialidade ou o procedimento exigido. A dificuldade de encontrar terrenos próximos das unidades de atendimento mais complexo, o custo das desapropriações e o tempo da construção dos prédios atrasariam o andamento do programa e condenariam os pacientes a esperas cada vez mais longas.

Realizada entre os meses de maio e outubro de 2006, uma avaliação do impacto das 29 AMAs instaladas até meados daquele ano na produtividade da rede municipal de Saúde mostrou surpreendentes resultados quantitativos, como o de consultas médicas de urgência realizadas nas UBSs que funcionam com AMAs anexas. O resultado refletiu a maior capacidade operacional, com a ampliação das equipes, assim como a oferta de atendimento imediato.

Nas UBSs com AMAs, houve aumento de 3.394,5% nas consultas de urgência, de 830% na administração de medicamentos, de 578,1% na terapia de re-hidratação oral, de 293,9% nas inalações e de 48,6% nos procedimentos cirúrgicos básicos.

Quando as 110 AMAs estiverem funcionando – faltam 8 -, pelo menos 14 milhões de atendimentos poderão ser realizados anualmente, sem necessidade de agendamento prévio. No primeiro quadrimestre deste ano, o serviço permitiu a realização de 500 mil exames e procedimentos.

É de produtividade no atendimento que a Saúde pública precisa. Grandes e caros projetos de complexos hospitalares se arrastam por anos por causa das dificuldades de financiamento ou de disputas políticas que, por vezes, levam à sua paralisação. O Hospital Cidade Tiradentes, por exemplo, demorou 17 anos para ser construído, custou aproximadamente R$ 120 milhões e sua capacidade de atendimento está em torno de 25 mil pacientes por mês.

Com R$ 100 milhões aplicados em reformas e compra de equipamentos, a Prefeitura conseguiu, com as AMAs, oferecer atendimento rápido para casos de baixa complexidade, reduzindo as longas filas de pacientes, com dor de cabeça, resfriado, diarréia e pequenas escoriações, nos prontos-socorros dos grandes hospitais à espera de médicos e enfermeiros que precisam se dedicar a casos mais graves. É um modelo que merece ter continuidade.