Astronomia é curso inédito em SP

Folha de São Paulo, 24 de junho de 2008

ter, 24/06/2008 - 15h36 | Do Portal do Governo

A USP terá, a partir de 2009, 265 vagas a mais em sua graduação em quatro campi. As novas oportunidades surgirão com a criação de cursos e a ampliação de outros já existentes.

Do total, 75 vagas são para dois cursos inéditos na USP: 15 em astronomia, na Cidade Universitária -a criação do curso foi anunciada na quarta-feira pelo Conselho Universitário da USP-, e 60 em engenharia de biossistemas, em Pirassununga (211 km da capital) -curso que já havia sido apresentado pelo Fovest de 13 de maio.

Além disso, o órgão divulgou a expansão de três graduações já existentes na capital -estatística, educação física e medicina veterinária- para outros campi da instituição.

A ampliação ainda inclui mais vagas em outros dois cursos. Estatística, na capital, passará a ter 40 vagas, e não mais 30. As oportunidades para engenharia de produção mecânica, em São Carlos (232 km de SP), passarão de 30 para 50.

Por outro lado, o número de vagas no curso de meteorologia, na capital, cai de 40 para 30. Segundo Quirino Carmello, pró-reitor da graduação substituto da USP, o corte foi decidido porque a carreira tinha pouca procura. “Há alguns anos, as vagas haviam sido aumentadas de 20 para 40”, diz. “Agora, vimos que havia sido meio exagerado ter aumentado tanto.”

Entre planetas

Criada para atender à demanda de alunos de outros cursos, a graduação em astronomia da USP será a segunda no país. Segundo o Ministério da Educação, até agora, só a Universidade Federal do Rio de Janeiro tinha autorização para oferecê-la. Outras instituições têm cursos tecnológicos na área, e a USP tinha só habilitação em astronomia, mas não um curso específico.

“Os alunos de física e de meteorologia sempre reclamavam da falta de cursos específicos de astronomia”, afirma Jane Hetem, uma das coordenadoras do novo curso. Segundo ela, o projeto da carreira foi discutido por dois anos. “É complexo criar uma graduação séria como a que queríamos.”

O curso, que traz basicamente disciplinas das áreas de astronomia, física e matemática, é voltado a estudantes com aptidão em exatas. Mas isso não impossibilita que um aluno mais interessado em matérias de humanas possa cursá-lo.

Segundo Jane, o projeto pedagógico vai englobar várias áreas, e cada aluno terá um professor-tutor. “Ele [o tutor] vai direcionar o graduando, que pode, por exemplo, trabalhar com jornalismo científico”, afirma Jane. “Não queremos só pesquisadores.”

A infra-estrutura do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) não foi modificada para receber o curso de astronomia. O observatório, a sala de informática e os computadores que recebem imagens de um telescópio do Chile já eram utilizados e, segundo Jane, são modernos para o novo curso.

Trâmite

Segundo Carmello, o pró-reitor da graduação substituto, para um curso ser aprovado na USP, a unidade interessada em criá-lo deve desenvolver um projeto sobre a carreira e enviá-lo à Câmara Curricular e do Vestibular. Depois de analisá-lo, esse órgão pode devolver o projeto pedindo melhorias ou aprová-lo.

Depois de aprovado, ele vai para o Conselho de Graduação, que dá a palavra final sobre o mérito acadêmico do projeto. Então, ele segue para o Conselho Universitário, composto por duas comissões: a de Orçamento e Patrimônio, que analisa a parte financeira e de infra-estrutura, e a comissão de Claros e Docentes, que analisa a necessidade de professores.

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