Assassinatos diminuem 35% em Campinas

Correio Popular - Campinas - Segunda-feira, 18 de julho de 2005

seg, 18/07/2005 - 11h04 | Do Portal do Governo

Patrícia Azevedo
Agência Anhangüera

O número de homicídios vem diminuindo em Campinas. Nos cinco primeiros meses deste ano, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, a redução foi ainda maior, com queda de 35% na comparação com o mesmo período do ano passado. Essa estatística reflete o período de calmaria que a cidade viveu entre os dias 29 de junho e 8 de julho, quando nenhum assassinato foi registrado. “Estes números vêm caindo ano a ano. Em 2003, houve uma redução de 13% nos casos de assassinatos e, em 2004, a queda foi de 27%. A redução é bastante significativa”, avalia o major Hudson Camilli, porta-voz da Polícia Militar em Campinas.

Segundo o major, a redução do índice pode ser atribuída a vários fatores, como o aumento do número de blitze realizadas pela Polícia Militar este ano, a redução da circulação de armas na cidade em decorrência da Campanha do Desarmamento e a implementação de políticas de prevenção ao crime.

Mas a arma mais eficaz no combate a este tipo de crime na cidade, de acordo com o major, é o que a Polícia Militar chama de Grupo de Estudos para Combate aos Homicídios. “Todas as semanas, representantes dos batalhões de Campinas, Monte Mor, Sumaré, Hortolândia e Santa Bárbara d’Oeste se reúnem para discutir os dados colhidos e montar estratégias de ação com base nestes dados”, explica o policial. A partir do cruzamento de dados colhidos em todas as cenas de crimes, os policiais descobrem os focos de concentração deste tipo de crime e direcionam as ações.

Outro motivo apontado para a redução das mortes é o desarmamento da população. Desde o início da Campanha do Desarmamento, mais de 6,3 mil armas foram tiradas de circulação na região de Campinas. Uma pesquisa recente feita pelo Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, na Inglaterra, mostrou que o Estatuto provocou uma queda de 14,8% nos homicídios registrados na Capital de São Paulo.

Mas, para Sócrates Penteado Camargo, advogado e presidente do Conselho Comunitário de Polícia, entidade que reúne 200 comerciantes e empresários do município, a queda no número de homicídios não pode ser atribuída ao desarmamento. “A ação conjunta da Polícia Civil, Militar e da Guarda Municipal é que pode contribuir para a redução da criminalidade”, pontua.

Outros motivos apontados por Camargo para coibir a prática de homicídios na cidade são o policiamento ostensivo desenvolvido pela Polícia Militar. Desde o final de maio, o coronel Roberto Costa, que está a frente do Comando de Policiamento do Interior (CPI-2), determinou a realização de uma série de blitze em vários pontos da cidade. Para tanto, foram destacados 240 policiais, incluindo os oficiais e os homens que trabalham na parte administrativa. Os comandos foram realizados diariamente em vários pontos da cidade nos mais diferentes horários.

A presença da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) na cidade desde maio deste ano também pode ser associada à redução dos casos de homicídios. As sete viaturas da Rota que vieram ajudar no patrulhamento da cidade foram destacadas para atuar em áreas específicas da cidade do final de tarde até o início da manhã.

A presidente do Conselho de Segurança do Cambuí, Lúcia D’Ottaviano, destaca as ações planejadas da Polícia Militar como um dos principais motivos que levaram à queda dos índices. “Há crimes que o policiamento ostensivo não tem como coibir e homicídio é um deles, mas a ação planejada da polícia tem conseguido reduzir os assassinatos”, elogia.