Assaltos caem 44% em esquinas, diz polícia

O Estado de S.Paulo - Quarta-feira, 31 de outubro de 2007

qua, 31/10/2007 - 15h55 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Em um mês, o Programa de Policiamento de Trânsito na capital conseguiu atingir um de seus principais objetivos: reduzir os índices de criminalidade. No período entre 25 de setembro (quando teve início) a 25 de outubro deste ano, ocorreram 152 roubos nos 150 cruzamentos onde a Polícia Militar patrulha diariamente, das 7 às 11 horas e das 14 às 19 horas. No mesmo período do ano passado, foram registrados 271 roubos nos mesmos locais. Os números representam uma redução de 44% no índice de assaltos.

“Poderia chegar a 50%”, disse o tenente Emerson Massera, chefe da Seção de Estatísticas da Divisão de Operações da Polícia Militar. “Mas estamos descartando algumas imprecisões nos dados.” Para Massera, o plano está dando resultado. “Um programa que reduz em 44% o índice de roubos de um ano para outro atingiu seu objetivo, sem dúvida. Já havia uma tendência de queda, mas de forma discreta. A redução é resultado do programa, com certeza.”

POLICIAMENTO INTENSIVO

O Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, na zona sul, um dos locais onde o programa está presente, registrou uma queda de 84% no índice de roubos em relação ao ano passado. De 25 registros em 2006, passou para 4 em 2007.

Perto do largo, na Praça Floriano Peixoto, o número também caiu. Passou de 19 em 2006 para nove em 2007. Em ambos os locais, no entanto, a redução está ligada ao policiamento intensivo que começou a ser realizado no começo do ano e não apenas ao programa ligado ao trânsito.

Em duas lojas da Alameda Santo Amaro, os gerentes disseram que a situação está tranqüila desde janeiro. “Depois que tiraram as barracas (dos camelôs), ficou melhor. Agora, além de não ter barracas, tem um policiamento intensivo”, disse Elias Góis, gerente de uma loja de alianças. Na esquina com a Adolfo Pinheiro, há uma base de policiamento comunitário.

Na esquina das Avenidas Giovanni Gronchi e Estrada de Itapecerica, também há um ponto de patrulha da PM. A 50 metros dali, no cruzamento da Giovanni Gronchi com a Rua Alberto Augusto Alves, o casal Glauber Paiva, de 37 anos, e Marta de Oliveira, de 30, foi assassinado no dia 26 de junho. Valdomiro Gomes, de 42 anos, vendedor ambulante no cruzamento há oito anos, diz que a presença da viatura melhorou a segurança no local. “Faz tempo que não vejo assalto”, afirmou.

Já o borracheiro Alessandro Oliveira da Silva, de 20 anos, que trabalha próximo ao cruzamento, disse que o policiamento deveria ficar presente também à noite. “Tem bastante roubo a carro e moto. De dia não acontece nada”, contou. Segundo Massera, o comando da PM estuda aumentar o tempo de permanência das viaturas até as 21 horas.

TRÊS EXEMPLOS

A polícia fez um levantamento dos dados entre 25 de setembro e 25 de outubro do ano passado e deste ano. A contagem da PM inclui roubos ocorridos a uma distância de até 50 metros dos cruzamentos.

Largo 13 de Maio: no cruzamento entre a Alameda Santo Amaro e Rua Adolfo Pinheiro, na zona sul de São Paulo, houve 25 casos em 2006 e 4 em 2007

Praça Floriano Peixoto: no cruzamento com a Rua Mário Lopes Leão), também em Santo Amaro, passou de 19 para 9 casos

Largo do Paiçandu: no cruzamento entre a Avenida São João e a Rua Conselheiro Crispiniano, diminuiu de 13 para 5 registros policiais