As coisas incríveis que as pessoas esquecem no metrô

Jornal da Tarde - Quarta-feira, 15 de junho de 2005

qua, 15/06/2005 - 9h35 | Do Portal do Governo

Estão expostos na Estação Sé os mais variados objetos que são esquecidos nos trens do metrô – de documentos a cadeiras de rodas e muletasDesde cadeira de rodas até um vibrador. Nada surpreende os funcionários da Companhia do Metrô, que, a cada dia, encontram nos trens e estações centenas de objetos perdidos. É por isso que hoje, aproveitando o 30º aniversário de existência da Central de Achados e Perdidos, será aberta uma exposição com os objetos mais pitorescos encontrados e que não foram reclamados em 60 dias. Tudo será doado ao Fundo Social de Solidariedade do Estado.

O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, é quem vai inaugurar a mostra. E, segundo ironizava ontem, diz que vai aproveitar a ocasião para ver se acha entre os objetos perdidos o financiamento de R$ 350 milhões que a Companhia do Metrô está negociando há mais de dois anos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES.

O empréstimo foi pedido para financiar parte da construção da Linha 2, que vai correr entre as Estações Ana Rosa e Ipiranga e vai custar, no total, R$ 590 milhões. A operação foi aprovada pela área técnica do BNDES, mas ainda falta a assinatura da diretoria do banco. Brincadeira à parte, David reclama do fato de o PT, em seu programa de televisão de segunda-feira passada, ter afirmado que a construção da Linha 2 só está sendo retomada, após dois anos de paralisação, graças às verbas liberadas pelo governo Lula, o que não é verdade. ‘Eles até mostraram uma placa de propaganda do BNDES’, diz David. ‘Nós estranhamos, porque não recebemos nenhum centavo deste governo. Fomos atrás, e descobrimos que a placa filmada é uma que está na Estação Vila Madalena, e se refere a recursos do BNDES liberados para reformas ainda no tempo do governo Fernando Henrique’.

Enquanto isso, afirma David, a Linha 2 vai sendo tocada com recursos do Estado.

Na mostra, aberta ao público até 30 de junho, na Estação Sé, também poderão ser conferidos painéis com fotos, relatos importantes e curiosos e depoimentos de funcionários. Segundo a chefe do Departamento de Relacionamento com o Cliente, Maria Oliva Martin, a Central recebe em média 1.500 novos itens mensalmente. Desse total, 70% são documentos e 30% são objetos, na maioria sem identificação. Os mais comuns são óculos, guarda-chuvas, bolsas e celulares. ‘Mas há até objetos de grandes dimensões’, diz Maria Oliva. ‘Parece incrível como alguém pôde esquecer aparelhos de TV, bicicletas ou muletas.’

A Central funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.