As aves estão de volta ao Rio Pinheiros

O Estado de S. Paulo - 6/5/2002

seg, 06/05/2002 - 10h55 | Do Portal do Governo

Secretaria contabiliza 31 espécies nas margens arborizadas pelo Projeto Pomar

Quero-queros, garças, gaviões, corujas, pica-paus e beija-flores. Não são apenas as árvores que estão povoando as margens do Rio Pinheiros. A diversidade de aves também vem chamando a atenção dos técnicos que se dedicam a desenvolver o Projeto Pomar.

Depois de três anos de empenho na recuperação ambiental e paisagística no Projeto Pomar, uma parceria entre o Jornal da Tarde, a Prefeitura, o governo do Estado e empresas privadas, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente fez um levantamento indicando a existência de, pelo menos, 31 espécies diferentes nas margens do Rio Pinheiros. ‘Podemos dizer que essa área tem uma boa diversidade de espécies, se levarmos em conta que ela fica dentro de São Paulo’, diz o biólogo Alexandre Soares, um dos responsáveis pelo levantamento.

A explicação para a volta da avifauna para as margens do Rio Pinheiros é simples: com a recuperação da vegetação, a volta da fauna é favorecida.

‘Pela lógica da cadeia alimentar, os primeiros animais a aparecerem são os insetos, seguidos pelas aves insetívoras’, explica Soares.

‘Nas margens do rio recuperadas com o Projeto Pomar, as aves encontram alimento e locais para construir seus ninhos, além de terem refúgio nas árvores’, completa a agrônoma e coordenadora do projeto, Helena Carrascosa.

Quem quiser ter o privilégio de ver as aves em plena Marginal do Pinheiros é só fazer um passeio pelas margens verdes do rio entre 6 horas e 7h30. E o melhor é que elas parecem estar voltando cada vez mais.

Beija-flor-tesoura
Seu nome científico é Colibri e ele pertence à família Trochilidae. O beija-flor-tesoura é encontrado principalmente na Venezuela e Argentina, em florestas e bosques. Extrai néctar de flores e se alimenta de pequenos insetos. O ninho é pequeno e em forma de taça, feito de penugem e preso com teias de aranha.

Quero-quero
Da família dos Charadriidae. Uma de suas características é o estridente grito, que solta ao se sentir ameaçado. Vive no solo e dificilmente sobe às árvores. Anda sempre em casal ou pequenos bandos. É encontrado na América Central e em todo o Brasil. Tem um topete inconfundível na região da nuca e a base da cauda branca.

Frango-d’água
Pertence à família Rallidae. Mede aproximadamente 47 cm e é encontrado na maior parte da América Latina e em todo o Brasil. Vive sozinho ou em pequenos bandos na beira dos banhados ricos em vegetação. Nada entre os juncos comendo os insetos e é capaz de caminhar sobre folhas flutuantes. Ao menor sinal de perigo, corre pela superfície da água até atingir velocidade suficiente para levantar vôo.

Bico-de-lacre
É da família Estrildidae. É encontrado principalmente na África, Portugal, Espanha e Ilhas Santa Helena. Costuma viver em zonas de mato, lagos e rios.

O ninho é oval, de erva, forrado com penas ou flores das ervas. Alimenta-se no solo ou erva alta. Mede cerca de 10 cm e tem cauda relativamente longa e larga. Tem a capacidade de vôo reduzida.