As 7 maravilhas de SP

Jornal da Tarde - Quinta-feira, 5 de julho de 2007

qui, 05/07/2007 - 11h50 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Do Ipiranga, ouve-se o canto de pássaros, vê-se árvores e entende-se um pouco mais da História do Brasil. A visão poética é dos paulistanos que, dentre estas e outras razões, escolheram o Museu Paulista da Universidade de São Paulo, mais conhecido como Museu do Ipiranga , como o melhor lugar da Cidade. O local venceu a enquete disponibilizada pelo JT na internet para que o leitor elegesse as sete maravilhas de São Paulo. As outras seis, por ordem de votação, são: Parque do Ibirapuera, Avenida Paulista, Estação da Luz, Teatro Municipal, Estádio do Morumbi e Mercado Municipal (veja à direita o resultado total da votação).

Até o meio-dia de ontem, haviam votado 4.605 pessoas. O equivalente paulistano ao Cristo Redentor carioca – uma obra finalizada em 1895 que recebe a visita de 400 mil pessoas por ano – levou 11, 57% dos votos, pouco à frente do Parque do Ibirapuera e bem adiante de cartões-postais clássicos como Avenida Paulista e Teatro Municipal.

A pergunta logo apareceu: afinal, o que faz o morador da Cidade gostar tanto do Museu do Ipiranga? A reportagem seguiu para lá na manhã de ontem, em busca de quem o freqüenta até mesmo em plena manhã de quarta-feira.

Um dos fortes está no quesito História. É no Museu do Ipiranga que muitos paulistanos parecem, enfim, conhecer o passado de forma envolvente. A aposentada Therezinha Arruda, de 68 anos, vivencia o local desde criança e, sempre que pode, leva parentes de outros estados. ‘É a nossa história que está aqui, não dá para morar em São Paulo sem conhecê-la.’

Os monumentos competem com a beleza do jardim e dos arredores do Museu. ‘Onde mais há tanto verde, pássaros e gente disposta como aqui?’, pergunta a professora Dolores Barreto Rodrigues, de 50 anos. Ela e a amiga Neide Zanardi se exercitam nos jardins sempre que podem. ‘Escolher aqui como uma maravilha de São Paulo faz todo sentido. Os outros parques não têm a mesma sintonia’, diz Neide.

À frente do prédio principal funciona uma fonte no período da manhã. Ali, pessoas de todas as idades caminham. Há quem corra, quem faça ioga nas aulas programadas, quem leve bebês para passear. Crianças e pais interagindo é cena comum. ‘A gente acaba conhecendo os freqüentadores e fazendo amizades’, diz o comerciante Joaquim Rocha, 55 anos.

Nem tudo é uma maravilha

Apesar da valorização do local, freqüentadores assíduos vêm reivindicando melhorias, principalmente nos banheiros, que são poucos e em mal estado de conservação. ‘São problemas que se arrastam’, diz Dolores Barreto Rodrigues, que se considera uma ‘defensora do patrimônio’. Segundo ela, problemas de ordem política vêm atrasando as melhorias, embora a diretoria do Museu já tenha manifestado a vontade de reformar.

O Parque do Ibirapuera, que ficou com o honrado segundo lugar, é a escolha da apresentadora da MTV Marina Person. ‘Ele ganha mais pelo contraste com o cinza do resto da cidade, pode não ser o parque mais lindo do mundo, mas ainda assim é o refúgio de natureza que temos.’

Atrás do parque, a Avenida Paulista, com 10, 11% dos votos, é a menina dos olhos da capital na opinião do jornalista Boris Casoy. ‘É um espaço que melhor sintetiza a cidade de São Paulo: a pujança econômica, as artes e a nervosa presença de grande parte da população nas suas calçadas’, resume. ‘Além disso a avenida, por estar num espigão, proporciona uma vista privilegiada e panorâmica de grande parte da cidade.’

Na lanterninha da votação, apareceram o Parque Trianon, o Elevado Costa e Silva e a Praça da República, todos com menos de 1% da votação no site.

O Bairro do Bexiga, que na enquete ficou em 29º lugar (entre 34), é o campeão para Nasi, vocalista do Ira!. ‘É uma região tradicional de São Paulo, marcante pela tradição vinda da colonização italiana, que marcou tanto a culinária quanto o próprio sotaque típico da capital.’

Classificação geral

1. Museu do Ipiranga: 11.57%

2. Parque do Ibirapuera: 11.24%

3. Avenida Paulista: 10.11%

4. Estação da Luz: 7.28%

5. Teatro Municipal: 6.54%

6. Mercado Municipal: 5.37%

7. Estádio do Morumbi: 5.28%

8. Museu de Arte de São Paulo (MASP): 3.78%

9. Pico do Jaraguá: 3.44%

10. Sala São Paulo: 3.13%

11. Mosteiro de São Bento: 2.33%

12. Cidade Universitária: 2.24%

13. Zoológico: 2.11%

14. Prédio do Banespa: 2%

15. Horto Florestal: 1.98%

16. Pinacoteca: 1.96%

17. Praça da Sé: 1.8%

18. Terraço Itália: 1.39%

19. Bairro da Liberdade e

Vale do Anhangabaú: 1.35%

20. Estádio do Pacaembu: 1.33%

21. Edifício Copan: 1.2% e

Páteo do Colégio: 1.2%

22. Metrô: 0.98%

23. Memorial da América Latina e

Museu da Língua Portuguesa: 0.87%

24. Viaduto do Chá: 0.85%

25. Rua Oscar Freire: 0.76%

26. Parque Villa Lobos: 0.74%

27. Shopping Centers: 0.72%

28. Jockey Clube e

Rua Augusta: 0.7%

29. Bairro do Bexiga: 0.65%

30. Viaduto Santa Ifigênia: 0.59%

31. Aeroporto de Congonhas: 0.57%

32. Parque Trianon: 0.52%

33. Elevado Costa e Silva : 0.28%

34. Praça da República : 0.24%