Arquivo do Estado de São Paulo digitaliza acervo

Revista InformationWeek Brasil - 11/11/2003

ter, 11/11/2003 - 13h31 | Do Portal do Governo

A iniciativa facilita e agiliza a procura dos documentos, protegendo-os da manipulação constante e de roubos

Renata V. Mesquita

Para proteger seu acervo – o segundo maior do Brasil, depois da Arquivo Histórico Nacional – da deteriorização e para evitar a perda ou roubo de documentos originais, o Arquivo do Estado de São Paulo aderiu à digitalização. ‘Temos 12 mil caixas de arquivos, 10 mil volumes encadernados, 1,5 milhão de imagens e 150 mil materiais do DOPS, o que somado representa 22 quilômetros lineares. A intenção não é digitalizar 100% disso, mas estamos continuamente trabalhando para ampliar este volume’, conta Lauro Ávila Pereira, coordenador técnico.

O projeto, iniciado em 1998, contou com a atuação da equipe da Unisys e da Brás & Fiqueiredo – que deu treinamento para os usuários e programadores – e com recursos financeiros da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Mais de 45 mil imagens de revistas dos séculos 19 e 20 e ilustrações – entre quadrinhos, caricaturas de jornais e revistas de SP – foram escaneados pelo Unisys Image Folder e estão no banco de dados SQL do Arquivo contando 80 Gb de dados. ‘A escolha desses itens foi baseada na diversidade tipológica (no caso dos documentos do projeto do Monumento do Ipiranga), na preservação de documentos de caráter artístico e no nível de utilização das revistas, jornais e mapas. Afinal, tínhamos de testar a tecnologia dentro desse projeto piloto’, expõe Pereira.

Um projeto piloto finalizado em 2001, mas que se mantém em constante expansão. O coordenador pretende obter recursos para digitalizar ainda 805 mil fotos dos Diários Associados, entre 1828 e 1979, os documentos do Memorial do Imigrante e do Arquivo Municipal e ainda tornar eletrônicos os dados dos censos realizados desde 1765 no Brasil, quando o País ainda era colônia.

‘Todo o nosso material já é microfilmado, como medida de preservação, mas para disponibilizar para as cerca de 9 mil consultas mensais que temos no Arquivo, o ideal é digitalizar. Porque facilita e agiliza a procura e torna mais cômoda a consulta uma vez que os historiadores e pesquisadores podem gravar em CD o material que interessar’, explica Pereira.

As imagens digitalizadas podem ser consultas por meio de dois computadores do Arquivo e gravadas em CD – serviço tarifado -, eliminando o processo de fotocópias. Os documentos que ainda não estejam no banco de dados podem ser digitalizados na hora (serviço também tarifado) e, depois, gravados em CD.

Renata V. Mesquita é repórter de InformationWeek Brasil.