Anexo da Pinacoteca depende de mudança de escola tombada

Folha de S.Paulo - Segunda-feira, 2 de junho de 2008

seg, 02/06/2008 - 14h10 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

O cronograma da Secretaria de Estado da Cultura indica que em 2010 a Pinacoteca do Estado, um dos principais museus brasileiros e que fica dentro do parque da Luz, ganhará um novo prédio, destinado à sua ampliação.

Os primeiros passos para a construção desse anexo foram dados, com a cessão de um terreno da Prefeitura de São Paulo, que servia de garagem municipal, à Secretaria de Educação do Estado. No terreno, na rua Ribeiro de Lima, próximo ao parque, devem ser construídas as novas dependências da Escola Estadual Prudente de Moraes, que hoje fica num endereço tombado da avenida Tiradentes.

“Já há um estudo [veja ao lado] para ter a idéia de que espaço a gente poderia ocupar, dado o tombamento. O novo edifício, que daria uma área significativa à Pinacoteca, ficaria grudado à atual escola”, diz João Sayad. “Temos de estudar como seria a ligação entre a antiga Pinacoteca e a nova, se seria subterrânea ou por uma marquise.”

O secretário estadual de Cultura acredita que a oposição ao projeto, de ex-alunos e freqüentadores da Prudente de Moraes, diminuirá com a construção do que pode ser a nova escola. “Há a licitação, todo esse processo, mas o acordo é esse: as crianças e o pessoal de lá têm de querer ir. Acho que gostarão de mudar, pois a escola ficará nova e essa [a atual] está caindo aos pedaços”, afirma.

A Pinacoteca do Estado teve o seu projeto de reforma assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, mas o que será o anexo, no entanto, ainda não tem projeto arquitetônico definido, segundo o secretário.

“Acho que em 2010 isso tudo já estará avançado. É preciso pensar muito no projeto para que ele seja harmônico com a região, que é cheia de lindos prédios históricos. Foi nesse local que chegaram os soldados da Guerra do Paraguai, em 1870, o projeto do prédio da escola é do Ramos de Azevedo, entre outras coisas.”

Sayad diz que o anexo terá de ser feito para comportar obras de arte contemporânea de grande porte e ter espaço para expor o rico acervo da instituição. “Você não vai precisar mais esperar uma exposição do Almeida Júnior, por exemplo, para ver as suas pinturas. Ele sempre vai estar lá, exposto. O Estado também tem uma política de compra de novas obras, mas, como a Pinacoteca é um museu muito bem-sucedido, há a expectativa de que receberemos novas doações.”

Arte Sacra

A secretaria também pretende ampliar o Museu de Arte Sacra, nas proximidades da Pinacoteca, do outro lado da avenida Tiradentes. “Há um projeto aprovado pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] de construir novos prédios que abrigarão a reserva técnica e a administração do museu. Assim, haverá uma área maior de exposição. Minha preocupação com o museu é a maior aproximação do público. Ele é meio mirrado”, diz Sayad.