Alckmin promete deixar Tietê limpo e navegável

O Estado de S. Paulo - 7/2/2003

sex, 07/02/2003 - 10h13 | Do Portal do Governo

Atual fase de obras deve ser encerrada em 2004; governador ainda anuncia mais 4 piscinões

Até o segundo semestre de 2004, se as obras de rebaixamento da calha do Rio Tietê continuarem no mesmo ritmo, o paulistano terá dois motivos para comemorar: o fim das enchentes na região da Marginal e a possibilidade de navegação no rio. Pelo menos é o que prometeu ontem o governador Geraldo Alckmin (PSDB), em visita à segunda fase das obras na região do Cebolão, na zona oeste. ‘Só temos 30% da obra pronta e o Tietê nunca mais saiu da calha. Já trabalhamos hoje com um prazo de recorrência de 10 anos’, disse o governador.

Isso quer dizer que, com a conclusão de todo o processo, a possibilidade de transbordamento ocorreria a cada 100 anos. Esta fase da obra, dividida em quatro consórcios ao longo dos 24,5 quilômetros entre a Barragem da Penha, na zona leste, até o Cebolão, começou em abril de 2002 e prevê que a capacidade de vazão passe de 600 para cerca de 1.050 metros cúbicos por segundo. Para isso, a calha do rio foi rebaixada em 2,5 metros. A largura da base chegará a 46 metros, e no topo, a 80 metros.

‘Com isso, em 95% do tempo a vazão será muito baixa, em torno de 50 a 60 metros cúbicos por segundo’, explicou o engenheiro Júlio César Astolphi, supervisor de projetos do Departamento de Águas e Esgotos do Estado (Daee).

‘A água só vai chegar lá em cima quando subirem os outros 5%, mas não vai transbordar.’

Com as explicações do engenheiro, é possível visualizar um Tietê muito diferente de hoje. Ele destaca, por exemplo, o processo de paisagismo, que vai oferecer à população jardins floridos nas marginais e defensas de concreto. As obras de aprofundamento da calha, com investimento de R$ 688,3 milhões, são paralelas e têm efeito positivo para as obras de despoluição do Tietê, já que também visam à retirada de poluentes sólidos das águas. Até a conclusão, devem ser retirados 6,8 milhões de metros cúbicos, entre rochas e resíduos.

Outras regiões serão beneficiadas pelo aprofundamento da calha. Os 64 córregos e rios que deságuam no Tietê, entre eles Tamanduateí, Aricanduva e Cabuçu de Cima, também estão passando por um tratamento especial para conter o refluxo e evitar a erosão. ‘Com certeza, teremos um Tietê muito mais saudável.’

Piscinões – Além das obras do Tietê, o governador anunciou o início da construção de quatro piscinões em até 10 dias. ‘As obras já estão contratadas, já foi dada a ordem de serviços.’ Dois deles serão no Córrego do Pirajuçara, em área doada pela Prefeitura, e outro em Taboão da Serra, em terreno da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os outros dois, na Bacia do Tamanduateí, em São Bernardo do Campo e na divisa com Mauá. O custo estimado para cada um é de até R$ 9 milhões. As obras devem ser concluídas em oito meses. ‘Mesmo que não fiquem prontos no início do ano, os piscinões já vão entrando em funcionamento ao longo da obra’, garantiu Alckmin.

Bárbara Souza