Alckmin libera mais verbas para Hidrovia Tietê-Paraná

Jornal da Tarde - 26/5/2003

seg, 26/05/2003 - 9h44 | Do Portal do Governo

Flávio Mello


Jornal da Tarde – 26 de maio de 2003

Objetivo é ampliar capacidade de transporte no canal em pelo menos dez vezes

O governo estadual de São Paulo liberou novos investimentos para tentar ampliar o uso da Hidrovia Tietê-Paraná, que ainda opera com menos de 10% de sua capacidade total no transporte de cargas de longa e média distâncias. O desafio, nos próximos anos, será aumentar em 10 vezes a utilização da hidrovia para atingir a sua capacidade total de transporte.

Depois de inaugurar uma nova eclusa em Promissão, município localizado na região de Bauru, interior de São Paulo, orçada em R$ 6 milhões, o governador Geraldo Alckmin assinou a liberação de mais R$ 2,2 milhões para ampliação do canal existente.

As obras serão realizadas em parceria com a iniciativa privada, que explora o serviço por meio de concessão. Levantamento da Secretaria de Estado dos Transportes mostra que, no ano passado, foram transportados cerca de 2 milhões de toneladas de grãos e outras cargas de longa distância.

A meta é elevar essa quantidade em 10 vezes, aproximando-a da capacidade total, de cerca de 25 milhões de toneladas por ano. ‘Temos de aumentar essa escala em 10 ou 12 vezes’, afirmou Alckmin, no discurso feito durante a inauguração da obra.

Ele lembrou que, com a nova eclusa, as barcaças transportarão mais 250 toneladas por viagem. Na prática, isso representa 10 caminhões a menos trafegando nas rodovias estaduais.

‘Estamos aumentando a competitividade da hidrovia’, constatou o governador.

De acordo com os números oficiais da Secretaria de Estado dos Transportes, o total de carga transportada no ano passado foi de 6 milhões de toneladas.

O secretário Dario Rais Lopes explicou, no entanto, que esse número está inflacionado por cargas que não podem ser consideradas hidroviárias, ‘como os minérios e a areia que são retirados do fundo do rio’. ‘Esses produtos são transportados apenas da metade do rio para as margens e já embarcados em caminhões, portanto não têm o perfil perseguido pela hidrovia’, argumentou.

O alvo, segundo Lopes, são as cargas de longa distância, como a soja embarcada em São Simão, na região centro-oeste e transportada por 700 quilômetros nas barcaças até a transferência para o Porto de Santos.

Como o custo da hidrovia chega a ser um terço do rodoviário, segundo alguns estudos, o preço final diminui e aumenta a competitividade do Estado e do País nas exportações.