Alckmin lança segunda fase do Projeto Tietê

O Estado de S. Paulo - 25/5/2002

sáb, 25/05/2002 - 11h59 | Do Portal do Governo

Serão beneficiadas 290 mil casas com rede de esgoto; investimento chega a R$ 1 bilhão

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) lançou ontem a segunda fase do Projeto Tietê, programa de saneamento básico que abrange as áreas da saúde e do meio ambiente. A previsão de investimento é de US$ 400 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), metade financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e metade pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A instalação do projeto deve ocorrer ao longo os próximos 40 meses, de acordo com a Sabesp, companhia ligada à Secretaria de Estado de Energia, Recursos Hídricos, Saneamento e Obras.

O governador aproveitou o evento, pela manhã, para anunciar que o governo japonês autorizou um novo empréstimo, no valor de US$ 150 milhões (cerca de R$ 375 milhões), que estava sendo negociado com o J-BIC (um organismo do governo do Japão) desde o fim de 2001.

Essa verba será usada para a realização de obras de coleta e tratamento de esgotos na Baixada Santista e no litoral sul do Estado. O intermediador do pedido foi o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer. ‘Estávamos com dificuldades para obter esse dinheiro porque havia algumas pendências entre os governos brasileiro e japonês’, afirmou Alckmin.

Poluição – Sobre a segunda fase do Projeto Tietê, Alckmin chamou a atenção para a importância da redução da poluição nos Rios Tietê e Pinheiros e nas Represas Billings e do Guarapiranga, além do ganho na área da saúde. ‘O ponto forte é que vai tirar o esgoto de perto da casa das pessoas e levá-lo até a estação de tratamento.’

A obra terá 1.200 quilômetros de rede, que farão o transporte para as estações de tratamento. ‘Na cidade de São Paulo, vamos passar de 90% para 96% de coleta de esgoto e serão beneficiadas mais 290 mil casas. Se imaginarmos cinco pessoas para cada domicílio, passará a ser coletado o esgoto de 1,5 milhão de pessoas.’

O governador lembrou que, na primeira etapa no projeto, foram entregues as estações de tratamento de esgoto do Novo Mundo (região norte), de São Miguel Paulista (leste) e de Heliópolis (zona sul e ABC) e se ampliou a de Barueri (região oeste). Admitiu, porém, que essas estações estão trabalhando com capacidade ociosa. ‘Estão operando com 40% de sua capacidade porque não foram feitas as redes coletoras e os interceptores.’

Nos municípios em que a Sabesp não opera, quem está encarregado de construir essa rede é a Prefeitura. ‘A companhia faz a parte dela. É um desperdício ter uma estação que não opera em plena carga porque o esgoto não chega’, disse ele, referindo-se a algumas cidades do ABC, sem especificá-los.

Números – Além da rede de 1.200 quilômetros de coletores de esgoto, a segunda etapa do projeto prevê chegar a 2005 com 290 mil ligações domiciliares feitas, 107 quilômetros de coletores-tronco e mais 33 quilômetros de interceptores instalados. (Agência Estado)

Jô Pasquatto