Alckmin convida novos investidores

O Estado de S. Paulo - São Paulo - Sexta-feira, 20 de novembro de 2004

sex, 19/11/2004 - 8h56 | Do Portal do Governo

Governador do Estado realiza encontro com empresários para falar do programa de estímulo à produção de filmes

Camila Molina

Na manhã de quarta-feira, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, recebeu na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes um grupo de empresários e cineastas para um café da manhã. Participaram do evento a secretária de Estado da Cultura Claudia Costin e os secretários de Estado da Educação e de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, respectivamente, Gabriel Chalita e João Carlos de Souza Meirelles. Em pauta, o Conselho Paulista de Cinema; mais especificamente, a importância de se investir em cinema.

‘Fizemos uma pesquisa nos municípios mais pobres, com jovens entre 15 e 25 anos, e foi quase unânime que o programa cultural que mais gostam é o de ir ao cinema. Além de bom para o imaginário, cinema é um bom negócio’, disse a secretária de Cultura para os convidados. E mais tarde, Alckmin completou afirmando, que no ano passado, 100 milhões de espectadores assistiram a filmes em salas de exibições. Deles, 23% foram ver produções nacionais. Esse aumento de interesse pela produção brasileira pode, por conseqüência, também ser benéfica em outro campo: ‘Cinema gera empregos’, concluiu o governador. É importante para o Estado.

O objetivo principal era chamar os representantes do capital privado a participarem do Programa Extraordinário de Fomento do Cinema Paulista. Por meio da Lei do Audiovisual (Lei 8.685/93), as empresas podem adquirir Certificados de Investimento do Audiovisual até 3% do valor do Imposto de Renda. Na compra dos certificados, têm 100% de dedução. ‘É uma lei federal muito simples. Permite às empresas terem retorno de cerca de 25% a 30%, além da visibilidade de seus nomes no caso de interesse de marketing’, disse o cineasta Alain Fresnot, diretor da Associação Paulista de Cineastas (Apaci). O Estado de São Paulo também tem uma lei de incentivo à cultura, mas está desativada há 6 anos.

O Conselho Paulista de Cinema foi criado em setembro de 2003. O diretor Toni Venturi, secretário-executivo do órgão, afirma que este é um projeto pensado para ser perene. ‘Até 2006 prevemos a realização de 50 filmes’, afirma Venturi, completando que nesse número já estão contabilizados os do ano passado. Até agora, R$ 6 milhões foram investidos. ‘E, para este ano, pretendemos duplicar, precisamos aumentar o valor do fomento.’ Segundo Venturi, os maiores apoiadores foram o Santander-Banespa e a Nossa Caixa. Com a realização do café da manhã no Palácio dos Bandeirantes, a idéia é aumentar, certamente, o número de empresas apoiadoras. Estiveram presentes representantes da Natura e Credicard, entre tantos outros.

O trabalho realizado pelo conselho é coordenado pela Secretaria de Cultura, mas há também a presença dos secretários da Educação e de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo; do diretor do Museu da Imagem e do Som, Amir Labaki; Ademar de Oliveira, Valmir Fernandes, Assunção Hernandes, Fabiano Gullane, Dora Mourão, Pedro Pablo Lazzarini, Hector Babenco, Guilherme de Almeida Prado, Jeferson De, Paulo Boccato, Laís Bodanzky e Toni Venturi.

Em dezembro, dos 56 projetos recebidos para o Programa Extraordinário de Fomento do Cinema Paulista, foram anunciados como aprovados somente 23. Segundo o secretário-executivo do conselho, Venturi, são três comissões: uma para produção de longas-metragens; outra para projetos em finalização; e a terceira para apoio a comerciali zação. Os 23 selecionados incluem as três categorias. Para este ano, as comissões selecionadoras ainda estão fechadas. Os membros serão indicados pelo governo, por empresas e entidades de classe.