Alckmin conta com a PPP estadual para obter ajuda

O Estado de S. Paulo - Segunda-feira, 24 de maio de 2004

seg, 24/05/2004 - 9h40 | Do Portal do Governo

Governador paulista quer atrair chineses para desenvolver várias obras públicas

LOURIVAL SANT’ANNA

PEQUIM – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, negocia a participação da China em investimentos que ultrapassam meio bilhão de dólares no Estado.

Com a nova lei estadual de Parceria Público-Privada, aprovada há duas semanas, Alckmin quer atrair os chineses para a construção do trecho sul do rodoanel e do ferroanel, para o trem expresso para o Aeroporto de Cumbica, novas linhas de metrô e a modernização dos portos de Santos e São Sebastião, além de um gasoduto.

Para levar adiante as negociações, o governo de São Paulo vai inaugurar um escritório de representação junto com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), em Xangai, o centro financeiro da China. De acordo com o governador, a asa sul do rodoanel e o tramo sul do ferroanel serviriam para escoar o minério de ferro e a soja exportados para a China. O mesmo aconteceria no caso da modernização dos portos.

A construção do rodoanel entre a Rodovia Régis Bittencourt e Mauá, passando pelas rodovias Anchieta e Imigrantes, está orçada em US$ 400 milhões. A asa sul do ferroanel deve custar outros US$ 125 milhões. Já o Porto de São Sebastião precisaria de US$ 50 milhões para o aprofundamento do calado, de 8,5 para 14 metros, podendo, assim, receber navios maiores.

O governador salientou também o esforço para incrementar as exportações dos produtos de São Paulo para a China, que, segundo ele, aumentaram 28% no primeiro quadrimestre, em comparação com igual período de 2003. O Estado responde por 37% das exportações brasileiras.

Uma das idéias é abastecer a China com etanol como combustível alternativo para automóveis, de maneira a reduzir a poluição, problema grave nas grandes cidades chinesas. Junto com o álcool, viriam os automóveis com a tecnologia flex fuel, também desenvolvida em São Paulo, que permite dosar a mistura com a gasolina.

Indagado sobre como se sentia na condição de único não-petista na viagem – Aécio Neves se juntou ao grupo depois – Alckmin respondeu que ‘democracia exige civilidade e parceria entre os vários níveis de governo’.