Tatiana Bautzer, de Washington
Valor – 11 de junho de 2003
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai apresentar hoje a investidores 18 projetos de infra-estrutura no estado que deverão ser abertos à participação da iniciativa privada. O principal deles é a construção da linha 4 do metrô, orçada em US$ 1,27 bilhão, dos quais US$ 700 milhões virão do setor público e outros US$ 500 milhões de investidores do setor privado. A linha integrará todas as outras já existentes na capital, além dos serviços de trem na marginal Pinheiros e na estação da Luz. A desapropriação e construção dos túneis será feita pelo estado, com financiamento de US$ 209 milhões do Banco Mundial e US$ 209 milhões da JBIC, organização de financiamento japonesa. Outros US$ 325 milhões sairão do caixa do Tesouro. A apresentação dos projetos ocorrerá no seminário ‘Latin American Leadership Forum’, sobre projetos de infra-estrutura na região. ‘Vamos apresentar os projetos aos investidores e ressaltar que o estado de São Paulo é a economia mais eficiente da América Latina’, disse o governador ao Valor.
Alckmin diz que não há preocupação com mudanças de contratos recentemente feitas pelo governo federal. ‘O Estado de São Paulo tem tradição de respeitar os contratos e buscar soluções negociadas’. Outra alternativa em análise pelo governador é criar um fundo com ações da Sabesp como garantia de pagamento de créditos a investidores privados. Além disso, serão apresentados projetos de parceria com a iniciativa privada na expansão do aeroporto de Guarulhos, que custará US$ 1 bilhão, e na construção de um gasoduto para integrar o gasoduto Brasil-Bolívia a reservas de gás descobertas na Bacia de Campos e em Santos, litoral de São Paulo. Além disso, há um outro projeto de expansão de US$ 400 milhões na rede de gás e construção de uma nova fábrica de fertilizantes.
Com o Banco Mundial (Bird), o governador deve apresentar um projeto de recuperação de mananciais em São Paulo. Orçado em US$ 355 milhões, o projeto terá metade dos recursos financiados pelo Bird. O restante será financiado em conjunto pelo governo estadual, CDHU, Sabesp e prefeituras dos municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema. O projeto prevê a recuperação de mata ciliar próximo às represas Billings e Guarapiranga, urbanização de favelas e construção de redes de coleta de esgoto. O estado arcará com metade dos 50% de investimento brasileiro (US$ 177 milhões).
