Agronegócio tem nova linha de crédito

Correio Popular - Campinas - Sexta-feira, 20 de maio de 2005

sex, 20/05/2005 - 11h18 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin assina convênio de financiamento na Agrishow, em Ribeirão Preto

De Ribeirão Preto

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) visitou ontem a Agrishow, em Ribeirão Preto. O tucano apresentou o “Moderfrota Paulista”, nova linha de financiamento que terá R$ 5 milhões de verbas, das quais R$ 2,5 milhões já comprometidos com contratos na Nossa Caixa.

O secretário de Estado da Agricultura, Antônio Duarte Nogueira Júnior afirmou que já está buscando mais recursos no Orçamento do Estado para ampliar essa linha de crédito, que pode chegar a até R$ 25 milhões no total, incluindo os R$ 5 milhões iniciais.

O programa está sendo chamado de “Moderfrota Paulista” por causa do programa do governo federal batizado de Moderfrota, que financia máquinas agrícolas para produtores de todo o Brasil.

A nova linha de crédito será operada exclusivamente pela Nossa Caixa e vai financiar tratores novos ou usados em até R$ 60 mil, com taxas de juros de 4% ao ano. O pagamento do empréstimo poderá ser em cinco anos. A linha de crédito beneficiará apenas produtores com renda bruta anual de até R$ 185 mil.

Recorde

As exportações do setor agrícola foram recordes no período acumulado de janeiro a abril deste ano, com receita cambial de US$ 12,2 bilhões. Esse valor representa crescimento de 14,6% na comparação com as exportações de US$ 10,6 bilhões em igual período de 2004. Os dados foram divulgados ontem pelo chefe do departamento de assuntos internacionais e de comércio exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Antônio Donizeti Beraldo.

“Apesar de marcar um novo recorde, as exportações agrícolas perderam o dinamismo”, comentou Beraldo. Ele lembrou que a participação do agronegócio no resultado da balança comercial do País caiu para 35,6% no acumulado entre janeiro e abril deste ano. Em igual período do ano passado, a participação foi de 41%.

Mesmo com a “perda de dinamismo” das exportações do agronegócio, a CNA prevê novo recorde de faturamento com os embarques em 2005, com remessas de US$ 40 bilhões e importações de US$ 5 bilhões, gerando saldo de US$ 35 bilhões. No ano passado, as exportações do agronegócio somaram US$ 39 bilhões, com importações de US$ 4,9 bilhões, resultando em saldo positivo de cerca de US$ 34 bilhões.

No entanto, a queda no preço das commodities, a elevação do custo de produção e a seca estão desestimulando o produtor rural e a CNA prevê reflexos negativos sobre a inflação em 2006. “O ano de 2005 será o último de cesta básica barata. A tendência é de alta de preços em 2006”, comentou. “O reflexo da crise atual será a redução na produção de alimentos. A menor oferta de alimentos poderá ter impacto nos índices de inflação.”

A CNA divulgou ontem uma estimativa pela qual os agricultores perderam pelo menos R$ 27 bilhões em renda na safra safra atual, 2004/05. O recuo dos preços internacionais reduziram os ganhos dos produtores em pelo menos R$ 17 bilhões. Outros R$ 10 bilhões seriam a perda financeira decorrente da seca.

A estiagem que castigou o País, principalmente a região Sul, reduziu em 18,2 milhões a produção na safra 2004/05, mostram números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). (Do Cosmo On Line e da Agência Estado)