Agência amplia prazo para empréstimo em SP

Valor Econômico 11/07/2011 A Nossa Caixa Desenvolvimento (NCD) – agência mantida pelo governo do Estado de São Paulo para agir como uma espécie de versão local do Banco Nacional de […]

seg, 11/07/2011 - 18h50 | Do Portal do Governo

Valor Econômico 11/07/2011

A Nossa Caixa Desenvolvimento (NCD) – agência mantida pelo governo do Estado de São Paulo para agir como uma espécie de versão local do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – dobrará o prazo para o pagamento de linhas de financiamento concedidas a pequenas e médias empresas. O limite anteriormente estabelecido, de cinco anos, passa a ser, a partir de hoje, de dez anos, e o prazo de carência para pagamento de juros da dívida sem considerar a amortização foi ampliado de um para dois anos.

A decisão pretende mudar o perfil dos empréstimos concedidos pela NCD, que começou com um caixa de R$ 1 bilhão bancado pelo governo estadual em março de 2009. Até o fim de junho foram emprestados R$ 330 milhões por meio de 1.607 operações. Desse valor, 62,9% foram para capital de giro, cuja característica é de prazos de pagamentos mais curto, geralmente de alguns meses. O pouco mais de um terço restante financiou projetos de implementação, expansão e modernização de empreendimentos espalhados por todo território paulista.

De acordo com o presidente da NCD, Milton Luiz de Melo Santos, a agência de fomento pretende emprestar mais R$ 225 milhões no segundo semestre do ano. Ficou claro que, para isso, porém, seria preciso se adaptar a algumas características da demanda ao longo de 2010. “Muitos dos projetos demoravam mais de cinco anos para maturar, e como esse era o nosso prazo máximo, acabavam ficando de fora”, diz Santos.

A Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) – que agrega empresas ligadas ao setor de gás e biomassa e parceira da NAD para fazer a ponte entre o dinheiro disponível e quem precisa dele – , considera a mudança essencial para se atingir um número maior de beneficiados. “Cerca de 90% da indústria do segmento está espalhada pelo Estado de São Paulo. Agora, mais de 40 projetos poderão se adequar a diferentes linhas de financiamento, além de contar com o alívio para o fluxo de caixa que a ampliação de carência permite”, diz Carlos Roberto Silvestrin, vice-presidente executivo do Cogen, cuja sede fica na capital.

Outro setor que considera a mudança um benefício é o de hotéis, restaurantes e bares. Com o previsto aumento no fluxo de turistas para o Brasil na próxima década – e proporcionalmente a São Paulo – a maioria dos projetos do ramo tem retorno previsto para um período de tempo entre 8 a 10 anos em média, e a tomada de dívida por períodos menores do que isso é considerada arriscada, explica Nelson de Abreu Pinto, presidente da federação do setor (FHORESP). “Hoje temos um número pouco representativo de sócios beneficiados pelos financiamentos da NCD, mas a expectativa é de que aumente consideravelmente a nossa participação a partir dessas mudanças”, disse.

Estão aptas a entra com pedidos de financiamento empresas com faturamento anual entre R$ 250 mil e R$ 100 milhões, com valor máximo de R$ 30 milhões por projeto. A taxa de juros começa em 0,49% ao mês e é acrescida de correção monetária pelo IPC, da FIPE, e varia de acordo com o tipo de linha.